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Por que amor, ciúme e morte andam juntos na crônica policial

Especialistas explicam o comportamento de pessoas que assassinam companheiros. Relembre sete episódios famosos no Brasil

Por Marina Pinhoni
7 jun 2012, 15h26

Partes de um corpo humano encontrados em sacos plásticos em um matagal. Na cabeça da vítima esquartejada, um ferimento feito à bala. O assassinato do empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, chama a atenção não apenas pela brutalidade, mas também por uma característica recorrente na crônica policial: o crime passional. Na quarta-feira, em depoimento à polícia, Elize Kitano Matsunaga, de 38 anos, mulher do ex-diretor executivo da Yoki, confessou a autoria do assassinato. A motivação, segundo ela ela, foi a infidelidade por parte do marido. Elize disse que, na noite do crime, disparou a pistola contra Marcos depois de os dois discutirem por causa das traições dele. Em seguida, ela arrastou o corpo para o quarto de hóspedes, onde o esquartejou.

A memória de outros episódios construídos por amor, ciúme e morte ainda é presente. Um exemplo foi a condenação de Lindemberg Alves pelo assassinato da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, após o mais longo cárcere privado da história policial de São Paulo. Ele não aceitava o fim do relacionamento. Confira na lista abaixo outros crimes passionais que tiveram grande repercussão no Brasil.

Mas o que leva alguém à decisão extrema de matar uma pessoa com quem mantém ou manteve um relacionamento afetivo? Para especialistas ouvidos pelo site de VEJA, não é possível estabelecer um padrão de comportamento que explique todos os casos. Entretanto, há, sim, uma característica comum nos episódios: os crimes são motivados por sentimentos como ciúmes, insegurança e necessidade de posse elevados à potência máxima.

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Para o psiquiatra forense Guido Palomba, a maneira de lidar com esses sentimentos exacerbados é o que diferencia o comportamento considerado normal de outro propenso à execução de atos extremos, como um assassinato. “Todos nós sentimos ciúmes, mas ponderamos nossas atitudes de acordo com nossos valores morais e éticos”, afirma Palomba. “Algumas pessoas, entretanto, possuem estrutura psicológica mais frágil e têm mais dificuldades para lidar com frustações e normalmente julgam que têm poder ilimitado sobre outras pessoas. Em certas circunstâncias, cometem o delito.”

De acordo com Palomba, o ciúme extremo pode levar a quadros patológicos. Para evitá-los, é necessário atenção aos sinais apresentados pelo parceiro. “Há sempre indicadores, como o controle excessivo. Quando aparecem as ameaças e as agressões propriamente, o caso é realmente sério”, afirma o psiquiatra.

Na opinião de Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Núcleo de Psiquiatria Forense do Hospital das Clínicas (HC-SP), a hipótese de patologia não pode reduzir a responsabilidade do crimonoso por seus atos. “O ser humano é um ser racional e nossos afetos são subordinados à razão”, afirma Barros. “A paixão não exclui a responsabilidade do ser apaixonado, que deve responder criminalmente por seus atos, se for o caso. Hoje, não se aceita mais o argumento do ciúme extremo como explicação para um crime desse tipo, o que revela amadurecimento da própria sociedade”.

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