Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Polícia pede cárcere duro para Marcola e mais 13 criminosos

O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) é considerado o regime mais rígido do país. Se o juiz aceitar o pedido, os criminosos serão transferidos

Por Da redação
13 dez 2016, 09h09

A Polícia Civil de Presidente Prudente, no interior do Estado, pediu à Justiça a internação de 14 presos considerados da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Entre os detentos que tiveram o pedido de transferência para o RDD está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado chefe da facção criminosa.

Atualmente, a maioria dos acusados cumpre pena na Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau e, caso o pedido seja deferido, serão transferidos para Presidente Bernardes – única penitenciária paulista que dispõe desse regime.

O RDD é considerado o regime mais rígido do país. Nele, o preso fica 23 horas trancado na cela, tem direito a uma hora de banho de sol separado dos demais presos, não tem direito a visita íntima e a leitura de livros ou jornais deve ser autorizada pela direção do presídio, que dispõe de bloqueadores de telefone celular.

O pedido será analisado pelo Ministério Público e depois será avaliado pelo juiz responsável. A solicitação faz parte do desdobramento da Operação Ethos, que descobriu um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, entre advogados e a cúpula do PCC. O vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, está entre os investigados. Ele foi preso com 33 advogados ligados ao PCC, quando a operação foi deflagrada, há cerca de 20 dias – sete suspeitos ainda estão foragidos. Santos foi afastado do cargo dias depois das prisões.

Leia também:

Em depoimento, o ex-integrante do Condepe, afirmou que recebia 4,5 mil reais mensais do PCC para fazer falsas denúncias de abusos praticados por policiais contra suspeitos de crimes. Ele também era orientado a criticar duramente a polícia em entrevistas. Santos, além de confessar todos os crimes, se dispôs a colaborar com a polícia e pediu proteção para a família, pois teria sido ameaçado de morte por um dos presos.

Segundo as investigações, os advogados visitavam integrantes da cúpula na P2 de Presidente Venceslau e recebiam ordens que deveriam ser repassadas para bandidos que estão nas ruas.

Os defensores também, ainda segundo a polícia, eram usados para lavar dinheiro do crime organizado. O Ministério Público Estadual (MPE) apurou que o PCC gasta cerca de 6 milhões de reais com pagamentos para advogados e fatura aproximadamente 200 milhões de reais por ano só com o tráfico de drogas. Semana passada, representantes de alguns advogados presos impetraram onze habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para que os acusados respondam às acusações em liberdade. Todos foram negados pelos desembargadores.

Continua após a publicidade

Para a polícia, não há dúvida de que todos os fatos descobertos na Operação Ethos tiveram participação efetiva da cúpula do PCC. Os investigadores alegam que os 14 presos citados devem ficar isolados para que a “cadeia de comando” seja interrompida.

Médicos

Nesta sexta-feira, o promotor Lincoln Gakiya denunciou à Justiça os 14 detentos, 39 advogados e mais o ex-conselheiro do Condepe, por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz Gabriel Medeiros aceitou a denúncia nesta segunda-feira e determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos réus.

Gakiya também investiga médicos particulares que atenderam os integrantes da cúpula do Primeiro Comando da Capital. São dermatologistas, clínicos, fisioterapeutas e até massagistas que cobraram um preço bem acima do de mercado para prestar os atendimentos. Em 2015, segundo as investigações, os médicos fizeram para o PCC uma centena de cirurgias.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.