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Poder de investigação do CNJ divide Judiciário

Associação de Magistrados quer limitar conselho. Criticada por citar "bandidos atrás da toga", corregedora também ganha apoio. Decisão cabe ao Supremo

Por André Vargas
28 set 2011, 16h19

É pesado o clima no Judiciário no dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir se o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manterá o poder de punir magistrados e servidores do Judiciário que tenham cometido irregularidades. Ministros e magistrados assumem posicionamentos francamente divergentes sobre o caso, em uma sucessão de ataques e contra-ataques.

A discussão é motivada por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que defende que o CNJ atue somente como órgão subsidiário aos Tribunais de Justiça. Para os opositores, trata-se de uma tentativa de defesa de interesses corporativos. Para a AMB, o conselho não pode virar um tribunal acima dos tribunais, intimidando juízes.

Nesta manhã, o ministro do STF, Gilmar Mendes, se posicionou em favor da corregedora-chefe do CNJ, ministra Eliana Calmon. Na segunda-feira, Eliana afirmou, perante integrantes da Associação Paulista de Jornais (APJ), que a magistratura sofria com a “infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”. Seu principal alvo era o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que classificou como refratário às ações do CNJ.

Sem provas – Durante um seminário sobre guerra fiscal, na manhã desta terça-feira, em São Paulo, Mendes poupou a ministra Eliana Calmon. Disse que o Judiciário, como qualquer outro instituição, enfrenta casos isolados de desvio de conduta. E atribui as declarações da ministra ao envolvimento dela com a atuação na corregedoria. “Acredito até que a ministra está muito estimulada com seu trabalho. Quem lida com problemas concretos certamente se empolga e quer resolvê-los”, declarou, segundo reportagem divulgada pela Agência Estado.

Foi uma espécie de tréplica. Na terça, o presidente do STF e também do CNJ, ministro Cezar Peluso, leu uma carta na abertura da sessão do conselho em que criticou a postura da corregedora – embora sem citar o nome de Eliana Calmon. No texto afirmou que: “repudia veementemente acusações levianas e que sem identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa lançam sem prova dúvida sobre a honra de milhares de juízes”. O documento foi assinado por catorze dos quinze integrantes do CNJ. Peluso é contrário ao poder fiscalizatório do CNJ e tem o apoio aberto do ministro do STF Marco Aurélio Mello.

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Conselheiros do CNJ acreditam que a postura de Eliana Calmon, ainda que correta, não foi polida e só acirrou os ânimos. A defesa de Mendes causou algum alívio, mostrando que a ministra não está sozinha. Na semana passada, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, a quem Eliana Calmon sucedeu, também se posicionou em favor do CNJ.

Na manhã desta quarta, a Associação Juízes para a Democracia (AJD) divulgou nota de apoio ao CNJ. A entidade defende que o STF aproveite “a oportunidade para romper com posições conservadoras e anacrônicas em relação à estrutura e funcionamento do Poder Judiciário”.

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