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Planilha do PCC apreendida na Ethos mostra pagamento a policiais

Propina serviria para liberar presos, armas ou drogas apreendidas por agentes corruptos; PCC chamava a ação de "liberdade alternativa"

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2016, 16h07 - Publicado em 27 nov 2016, 08h27

Uma planilha da contabilidade do Primeiro Comando da Capital (PCC) apreendida pela Polícia Civil do Estado de São Paulo na Operação Ethos aponta o pagamento de propina a policiais em pelo menos quatro oportunidade diferentes. Os agentes recebiam o dinheiro ilícito das mãos de advogados da facção que pertenciam à chamada “célula R” e foram presos na semana passada, junto com o conselheiro de direitos humanos Luiz Carlos dos Santos. Nas planilhas, membros da facção chamam a prática de corromper agentes do Estado de “Liberdade Alternativa”.

Segundo o inquérito, foi pago 30.000 reais para um policial do 98º DP, no bairro Jardim Miriam, na Zona Sul de São Paulo, no dia 7 de janeiro de 2015; 2.500 reais para alguém do 6º DP de Santo André, no ABC paulista, em 3 de fevereiro de 2015; e um valor indefinido para um agente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em 23 de março de 2015.

Os investigadores suspeitam que a propina foi paga para liberar presos, drogas ou armas apreendidas pela polícia. Num e-mail interceptado, um advogado da célula R diz que pagou 100.000 reais a policiais rodoviários “relacionado a objetos ilícitos que foram apreendidos com integrantes da organização”, conforme diz o inquérito. Os integrantes do PCC costumam prestar contas de todos os seus gastos à cúpula da organização criminosa, que age dentro e fora dos presídios e tem como principal fonte de renda o narcotráfico.

O delegado Éverson Contelli, que coordena as apurações, disse que vai compartilhar as informações com a Corregedoria da Polícia Civil para que sejam tomadas as devidas providências. O promotor Lincoln Gakiya, que também integra a força-tarefa, afirmou que, apesar de não ser revelada a identidade dos agentes, não é difícil localizá-los a partir da data e dos DPs indicados. “É só ver quem estava de plantão”.

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Perguntado sobre a suspeita do envolvimento de policiais com o PCC na última terça-feira, o delegado-geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin, afirmou que “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Em nota, a Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que destacou uma equipe da Corregedoria para ir a Presidente Prudente (SP) com o intuito de iniciar uma investigação paralela, “visando confirmar ou não as denúncias contra policiais civis acusados de receberem propina da facção criminosa”. 

 

deic
(Reprodução)
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