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Perito surpreende categoria ao recuar em caso Pedro Paulo

Presidente da Associação de Peritos do Rio afirma que profissional disse que manteria laudo que atesta agressões à ex-mulher de candidato à sucessão de Paes

Por Leslie Leitão, Thiago Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 ago 2016, 18h21 - Publicado em 10 ago 2016, 18h05

A presidente da Associação dos Peritos Oficiais do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), Denise Rivera, foi surpreendida pela mudança de depoimento do médico-legista Francisco Mourão, da Polícia Civil. Em fevereiro de 2010, à época lotado no Instituto Médico Legal (IML) foi ele quem atendeu Alexandra Marcondes, então mulher do agora candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho, do PMDB. Em sua análise, na ocasião, Mourão relatou marcas de agressões e até uma ‘avulsão’ num dos dentes da vítima. Agora, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), colhido pelo juiz Mario Augusto Figueiredo Lacerda Guerreiro, ele disse ter errado porque era madrugada e o trabalho foi feito após um dia ‘exaustivo’.

A mudança de versão para o laudo caiu como uma bomba dentro da Polícia Civil. Rivera é candidata a uma vaga na Câmara dos Vereadores justamente pelo PMDB, do padrinho político de Pedro Paulo, o prefeito Eduardo Paes. Procurada pelo site de VEJA, ela fez questão de negar que tenha feito qualquer tipo de pressão política no colega: “Não teve pressão alguma de minha parte. Pelo contrário. Eu liguei pra ele oferecendo suporte jurídico através do sindicato. E disse para ele manter as convicções do trabalho que ele havia realizado na época, independente de quem quer que fosse o acusado. E ele me disse que ia manter o laudo. Mas que não precisaria de apoio jurídico porque o filho era advogado”, disse ela, mostrando-se surpresa com a mudança de versão.

O perito Francisco Mourão afirmou no laudo que o dente de número 22 apresentava uma ‘pequena avulsão’, ou seja, que as agressões relatadas pela vítima na ocasião tinham ocasionado aquela lesão. No depoimento do último dia 12 de julho (seis anos e meio depois da agressão), ele tentou explicar: “Eu infelizmente coloquei o termo errado. Eu fui fazer exame nessa pessoa (Alexandra) às duas horas da manhã depois de um exaustivo trabalho lá no IML. Naquela época a gente fazia auto. A gente via e descrevia. E tinha que colocar direto no laudo. E a primeira palavra que veio na minha cabeça foi a tal avulsão. Tinha uma pequena falha dentária, não sei se é um desgaste do dente dela ou uma perda de substância, mas avulsão eu estou ciente hoje que coloquei o termo errado”, disse o legista.

O médico continua sua explicação técnica para dizer que a lesão detectada no dente número 22 não necessariamente era oriunda de um soco desferido por Pedro Paulo, como a ex-mulher relatou naquela noite em que descobriu a traição do marido: “Avulsão deu uma magnitude grande, que se estende à ideia de dente extraído, que ela perdeu um dente, mas ela não tinha expressão médico legal de uma extração dentária de uma avulta. Ela não tinha amolecimento do dente, não tinha sangramento gengival, não tinha lesão nos lábios, não tinha lesão na mucosa interna da boca e não tinha lesão perioral para filiar o evento antecedente à lesão que ela alegou”, justificou agora o perito.

Mourão explicou ainda o motivo de estar mudando de versão em relação ao que dissera numa entrevista para o site de VEJA. Mourão revelou ao juiz ter mentido para o repórter que ouviu o perito: “Eu disse até que não sabia nada do laudo para não dar embasamento, nada para esses caras (os jornalistas)”, disse. O magistrado aprovou a mentira: “O senhor fez muito bem”, respondeu. Resta saber quando Mourão mente e quando fala a verdade.

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