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Para o diretor do BEA, pilotos poderiam ter evitado tragédia

Segundo Jean-Paul Troadec, apesar das falhas nos sensores, a situação era reversível. Relatório do escritório aponta falha humana como causa do acidente

Por Da Redação
29 jul 2011, 13h05

A queda do voo 447 da Air France, que ia do Rio a Paris no dia 1º de junho de 2009, poderia ter sido evitada. É o que avalia o chefe Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil da França, órgão oficial encarregado das investigações do acidente. Para Jean-Paul Troadec, os pilotos da aeronave poderiam ter evitado a tragédia, apesar do congelamento das sondas Pitot. Troadec falou a imprensa nesta sexta-feira, dia em que o BEA divulgou o relatório em que aponta a sequência de falhas que culminaram no acidente.

“A situação era salvável”, afirmou Troadec. No relatório, o BEA indica os pilotos não adotaram o procedimento adequado após os primeiros problemas detectados durante o voo: perda de indicadores de velocidade – devido ao congelamento das sondas Pitot – e perda de sustentação da aeronave. “Os pilotos não identificaram a situação de perda de sustentação”, apesar do alarme sonoro que se ativou durante 54 segundos, informa o documento.

O diretor do BEA afirmou ainda que o relatório final sobre as investigações da tragédia ficará pronto somente no primeiro semestre de 2012. “Todos os dados obtidos exigem uma análise mais sistemática que demanda muito tempo”, declarou Troadec.

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Outros representantes da BEA afirmaram ainda que os pilotos não tinham treinamento para lidar manualmente com a aeronave em altas altitudes. A agência recomenda que a tripulação passe a ser submetida a exercícios referentes ao comando manual dos aviões e a como evitar os “stalls” em altitudes elevadas. “Parece óbvio que a tripulação não reconheceu a situação em que estava, por qualquer razão, e que mais treinamento teria ajudado”, acrescentou Paul Hayes, diretor de segurança da consultoria britânica Ascend Aviation.

Justiça – A definição sobre a causa do acidente – se falha humana ou técnica – será determinante para a batalha judicial travada entre os envolvidos no caso. A Air France e a EADS, fabricante do Airbus, são alvo de investigações e processos criminais, além dos pedidos de indenização feitos pelos familiares das vítimas.

A companhia aérea divulgou uma nota nesta sexta-feira alegando que os pilotos tiveram dificuldades no voo porque os sistemas de alerta, chamados de “stall” eram ligados e desligados de forma intempestiva e enganosa. “A esta altura, não há razão para questionar a capacidade técnica da tripulação”, comentou a Air France.

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O advogado Olivier Morrice, que representa familiares de vítimas na França, questiona a interpretação do relatório em referência aos pilotos. “Essa foi talvez uma maneira de o BEA liberar as empresas das suas responsabilidades”, disse à agência Reuters. “Se não houvesse uma falha nos sensores de Pitot, os pilotos não teriam sido colocados em uma situação tão complicada.”

O acidente – A aeronave Airbus 330 caiu quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris e matou 228 pessoas. O relatório parcial divulgado em maio indicava que a queda durou exatos 3 minutos e 30 segundos. O documento revelado nesta sexta aponta que, ao observarem o congelamento dos sensores Pitot, os pilotos não adotaram o procedimento adequado, o que provocou a perda de velocidade e de sustentação do avião.

Nas primeiras declarações, o BEA reconhecia a falha nos sensores, mas dizia que somente a análise das caixas pretas poderia confirmar o real motivo do acidente. O material que registra os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos foi recuperado no início de maio, depois de passar 23 meses a 3.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico.

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(Com agências Reuters e AFP)

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