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Os sobreviventes do crack

Reportagem do site de VEJA mostra a história de quem conseguiu vencer o vício na mais devastadora das substâncias, o crack, e de quem dá agora o primeiro passo em direção à cura

Por Carolina Freitas
27 jan 2013, 12h26

Fabian Nacer carrega com ele um segredo, dentro de uma pasta preta de papelão. Folhas de papel pautado com escritos à mão em caneta contam parte da história do homem de 45 anos – dezoito vividos como dependente químico e, desses, seis morando nas ruas de São Paulo. As anotações foram feitas em papeis encontrados no lixo – e até na parte de dentro de uma embalagem de cereal – e registram as alucinações de Fabian durante os anos de consumo compulsivo de crack. O homem jamais releu os escritos. E não sabe se um dia conseguirá fazê-lo. “O crack é uma entidade do mal que cola em você. Parece algo espiritual, que abre as portas de uma dimensão que você não deveria acessar”, diz Fabian. “O crack traz uma maldade, uma perversão.”

Foram necessárias 25 internações, seis delas à força, para que ele conseguisse deixar as drogas, há dez anos. As internações involuntárias, feitas a pedido da mãe de Fabian, foram cumpridas com métodos tão desesperados quanto a contratação de enfermeiros que o buscaram na rua e o carregaram em uma ambulância para a clínica.

A internação involuntária e a compulsória são previstas na Lei Federal de Psiquiatria, de 2001. Na involuntária, o familiar solicita à Justiça por escrito a internação do dependente químico, com base no laudo de um psiquiatra. Na compulsória, não é necessária a autorização de um parente. O pedido é feito por um médico, que atesta que a pessoa não tem domínio sobre sua condição psicológica e física. Ambas têm de ser informadas ao Ministério Público para evitar arbitrariedades e abusos.

Limpo, Fabian Nacer conheceu seu filho, que ele registrou assim que nasceu, mas não lembra desse dia. Casou, voltou a estudar, fez pós-graduação em Psicopatologia e Dependência Química e hoje tira o sustento da família de palestras que ministra em escolas e empresas sobre a prevenção ao uso de drogas. Fabian diz que, sem as internações involuntárias, não teria conseguido. “Você ficar trancado, é um sofrimento, mas é quando você realmente vê o que escolheu ao usar a droga.”

Na semana em que o governo de São Paulo lançou uma iniciativa pioneira para garantir a internação compulsória de dependentes de drogas, reportagem do site de VEJA mostra a história de quem conseguiu vencer o vício na mais devastadora das substâncias, o crack (veja outros relatos aqui), e daqueles que dão agora o primeiro passo em direção à cura. É o caso do franzino Tomas Nava, de 20 anos, desde os 9 morador de rua e usuário de drogas. Cola, tíner, cocaína e, aos 12 anos, crack. “Cansei, tia”, explica. “Nessa vida, conheci Deus e o capeta.” Com uma mochila surrada nas costas e uma toalha pendurada no pescoço, Tomas procurou o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), do governo estadual, na última quarta-feira.

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Ele admite que passou a noite fumando crack, mas já não sente efeito nenhum da droga. “Passa muito rápido. É coisa de minuto”, diz. É a primeira vez que pede ajuda e o faz pensando na mãe, que mora em Pirituba, na Zona Norte da cidade, e vive preocupada com ele. A mãe não sabe, mas Tomas veio pedir para ser internado. “Na rua, não vou conseguir.” Lá, no coração da cracolândia, o recém-inaugurado plantão judiciário analisa pedidos de internação involuntária e compulsória de viciados, com base no laudo feito por psiquiatras que também atendem no local. O único balanço divulgado até agora pelo governo dá conta de sete internações involuntárias de segunda até quarta-feira. Questionada pela reportagem, a secretaria de Estado da Saúde não informou se o rapaz conseguiu uma vaga para se internar.

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No mesmo dia da decisão de Tomas, o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve no centro para acompanhar o funcionamento do serviço. “Não há hipótese de alguém com uma autorização judicial não ser internado. Isso deve ser feito no mesmo dia”, afirmou Alckmin. “A dependência química é uma doença, como é a apendicite. Precisa ter tratamento. Em alguns casos basta o tratamento ambulatorial, em outros é preciso internação.” O governo estadual dispõe de 757 leitos para esse fim. A prefeitura de São Paulo mantém 24 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) especializados em álcool e drogas, oito hospitais também especializados, seis comunidades terapêuticas e dez residências terapêuticas.

A notícia da parceria entre o governo do estado, o Poder Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para criar o plantão no Cratod despertou enorme interesse. Centenas de familiares de usuários de drogas acorreram ao centro de referência em busca de tratamento. O local, que tem dez leitos e fazia 400 atendimentos por semana agora parece um pronto-socorro, com salas de espera lotadas e demora no atendimento. O governo não informou quantas pessoas passaram pelo Cratod nessa primeira semana de mutirão. “Como o problema é grave, e as famílias muito desesperadas, surgiu uma esperança e correu todo mundo a buscar essa esperança”, disse Alckmin.

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A novidade causou um efeito inesperado entre os usuários de drogas que vivem na região da cracolândia. Policiais militares que atuam no centro da cidade contaram à reportagem que os viciados se armaram com paus, facas e tesouras para se defender da tal internação compulsória. Eles pensaram que seriam levados todos à força dali. A operação policial na região, chamada de Centro Legal, que completou um ano em 3 de janeiro, ainda causa temor entre os moradores de rua. Na época, grupos de viciados foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo. A prefeitura aproveitou a retirada para colocar abaixo dezenas de casarões, territórios livre para a droga, o crime e a prostituição – que também acontecem ao ar livre e, por vezes, à luz do dia.

A cracolândia hoje – Um ano depois da operação, a cracolândia do centro de São Paulo persiste, mas com um número menor de usuários e ocupando principalmente o quarteirão entre a Rua Helvétia, as alamedas Cleveland e Dino Bueno e a Praça Julio Prestes. Os viciados se dispersaram e estão hoje em dez bairros da cidade, entre eles Bela Vista, Cambuci, Pari, Mooca e Barra Funda. A reportagem visitou o quarteirão da droga por três vezes: duas de carro e uma vez a pé, acompanhada de um voluntário da Missão Belém, ação da Igreja Católica que tenta resgatar os moradores de rua do vício. Em uma das incursões, o veículo foi atingido por uma pedra.

Às 18 horas de uma segunda-feira, a região fica cheia de trabalhadores que rumam para os pontos de ônibus e para a estação de trem e metrô da Luz. O trânsito congestiona e quem tenta cortar caminho pela Rua Helvétia logo se arrepende e, não raro, dá marcha a ré. Uma massa compacta de 300 pessoas fecha a rua. Um rapaz negro, alto e magro, com não mais que 20 anos, sai da multidão e, com um sorriso frouxo, se põe a dançar em frente a um veículo. Vestido apenas com uma bermuda jeans, ele joga a cabeça para os lados e movimenta os braços para cima e para baixo.

Atrás do dançarino, os usuários de crack se reúnem em grupos de três ou quatro e, de cócoras ou sentados no meio fio, fumam seus cachimbos em silêncio. Ouvem-se gritos insistentes: “Eu vendo, eu vendo, eu vendo!” No meio da cracolândia, vende-se e troca-se de tudo. A cotação é a da pedra do crack, de cinco gramas, que custa 10 reais – ou um par de chinelos “de marca”. Usuários enfileiram no chão sapatos e amontoam roupas, que serão, ao longo do dia, trocados por droga. À noite, enrolados em cobertores, muitos já não vestem quase nada.

Aceita um café? – São 9 horas de uma quarta-feira e as cadeiras brancas de plástico do salão da Missão Batista Cristolândia estão todas ocupadas, voltadas para um palco sobre o qual pende o painel: “Jesus Transforma.” As palavras estão estampadas também na camiseta amarela de uma centena de monitores, chamados lá de alunos. “Recuperados das drogas, eles estão reaprendendo a viver”, explica Maria de Lourdes Hernandes, de 53 anos, que comanda o trabalho do grupo, ao lado do marido, o pastor Silas Hernandes. O prédio está fincado na Rua Barão de Piraciacaba, na cracolândia.

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Uma hora antes, Lourdes e seus “alunos” caminharam pelas ruas do bairro chamando quem dormia nas calçadas: “Quer vir conosco tomar café?” Oitenta pessoas aceitaram o convite. Eles entram, recostam-se nas cadeiras e esperam. Oração, café da manhã, banho, muda de roupa, oração, canto e uma pergunta: se querem aderir ao tratamento contra a droga e ir para o centro mantido pela igreja, no interior do estado. Vinte toparam. Almoçam e esperam o ônibus que vai transportá-los.

O monitor de albergue e voluntário da missão Cristolândia Ronaldo Torrente, de 37 anos, leva a mão esquerda ao rosto para enxugar as lágrimas. Está emocionado por, depois de anos de insistência, ter conseguido tirar das ruas um amigo, antigo companheiro de roda de crack. Com o rosto macérrimo e as pálpebras pesadas, o resgatado pede desculpas por não prestar atenção à fala de Ronaldo. “A cabeça…voa…”, diz, num balbucio.

Ronaldo, que chegou a pesar 37 quilos, está há dois anos livre do crack. A droga o fez perder a casa, a mulher e o contato com a filha que tinha só 4 meses quando ele fumou a pedra pela primeira vez. Hoje, limpo, ele vê a menina a cada quinze dias e acalenta um sonho: reconciliar-se com ex-mulher, para quem escreveu longas cartas durante todo o período em que esteve recolhido para se tratar do vício. “Ela tem muita mágoa. Eu batia nela. Mas espero que um dia ela me aceite de volta”, diz. E chora.

A reinserção na família e no mercado de trabalho de ex-dependentes é questão definidora do sucesso ou não de um tratamento. “Muita gente foi recuperada, mas não tinha ninguém na porta da clínica esperando. A tendência é voltar para as drogas”, afirma o secretário estadual do Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia.

Um outro Rodrigo, Rodrigo de Toledo Lopes, de 32 anos, quer contar a sua história. “Eu sou um resgatado”, apresenta-se e pede para mostrar o artesanato que o ajuda a distrair a cabeça das drogas. Em abstinência, ele hoje é um dos “alunos” na Missão Cristolândia e se orgulha de contar que foi um dos primeiros a chegar ao local, há três anos, e ajudar na reforma do prédio. Houve recaídas desde então, mas agora ele está limpo. Aprendeu a construir casinhas com madeira e isopor em uma de suas três passagens pela prisão. “Minha família sempre me amou. Eles nunca me mandaram embora”, conta. Foi Rodrigo quem deixou a casa dos parentes, em Bragança Paulista, para vir morar na capital, onde afundou-se no crack. Ele usava drogas desde os 15 anos de idade, mas conheceu a pedra por acaso. “Fui comprar cocaína e só tinha crack. Foi amor à primeira vista.”

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Tiago Nogueira, de 30 anos, também viveu esse amor, mas agora está em busca de um novo: uma “mulher de Deus” para casar. Batizado na Igreja Batista depois de passar pelo tratamento de um ano de desintoxicação e reaprendizado de vida, ele agora trabalha auxiliando a área médica do centro de acolhida onde se curou. Tiago começou a cheirar cocaína aos 16 anos para vencer a timidez e, aos 23 anos, conheceu o crack. Por três anos, ele fumou escondido dentro de casa, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Depois, ganhou as ruas, onde seu maior medo era levar uma facada. “O pessoal briga por qualquer motivo. E morre de faca”, conta.

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“A pedra me deixou sem forças. Quando fui procurar tratamento, eu pesava 60 quilos e usava muleta há um ano”, diz Tiago, que tem 1,90 metro de altura. A inspiração para mudar de vida veio de um sonho. Nele, o rapaz recebia a visita da avó, que tinha morrido havia quase dez anos. Os dois caminhavam pela rua tomando um refrigerante e ela dizia: “Filho, você é um rapaz bom. Você não é essa pessoa que tem sido. Você é bom.” Ele acordou e foi buscar auxílio.

Ajudar a recuperar quem está dominado pelo vício é a missão também de André Luis Silveira, de 30 anos. Com um terço de contas do tamanho de azeitonas na mão e outro no pescoço, ele mistura-se aos usuários de drogas da cracolândia diariamente para convidá-los a se tratar. Seu argumento mais forte: “Há dois anos, eu estava igual a você.” Dito por um homem forte e de bochechas salientes para fiapos de gente, a fala faz todo o sentido. Ele parece não ver dificuldades em voltar a todo momento para o lugar onde vivia e consumia drogas: “É minha obrigação ajudar, pois fui ajudado.”

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Os centros de recuperação vinculados a igrejas oferecem tratamentos gratuitos para viciados em drogas baseados na força da oração e da valorização da vida. Na Missão Cristolândia, os participantes só usam medicamentos se eles forem receitados pelos médicos dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), no primeiro atendimento. “O remédio deles se chama Jesus”, diz Maria de Lourdes Hernandes, responsável por uma das casas de acolhida da missão.

Fabian Nacer, no entanto, do alto de sua experiência de 25 internações, questiona o tratamento sem remédios e sem internação. “Quando você tira uma pessoa da rua, você recolhe na verdade um corpo. Depois de três semanas internado, um belo dia, ela vai acordar e você vai ver lá um ser humano. Só então ela é capaz de tomar alguma decisão”, afirma Fabian. “Na rua, o pensamento do viciado é apenas no crack. Você pensa em como conseguir a pedra, fuma e começa a pensar de novo em como comprar mais droga.”

A secretária estadual da Justiça de São Paulo, Eloisa Arruda, lembra outro motivo para a internação: as condições precárias de saúde de um viciado em crack. “O usuário que está em situação de rua geralmente apresenta uma comorbidade, que é uma doença associada ao vício. São muito comuns os casos de hepatite, tuberculose, doenças pulmonares, doenças de pele, desnutrição, arritmia cardíaca e problemas de estômago. Ele precisa, em um primeiro momento, ser internado para receber tratamento hospitalar.”

A coordenadora de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde, Rosangela Elias, com 26 anos de experiência na área, explica que qualquer internação – voluntária ou não – segue critérios rigorosos. “A intenção é sempre poupar a pessoa que está sob risco de vida, ou seja, convulsionando, sem se alimentar ou em situação de violência”, diz Rosangela. “É preciso bom senso na avaliação. Não se pode fazer uma caça às bruxas.”

A internação definitiva – A última e definitiva internação de Fabian Nacer foi em uma clínica com mensalidade de 6 000 reais, no Brooklin, Zona Sul da capital. O tratamento foi pago pela mãe de Fabian, que nunca desistiu de livrá-lo do vício. A internação foi acompanhada por tratamentos psicológico e psiquiátrico e participação em grupos de ajuda, os Alcoólicos e Narcóticos Anônimos. Assim, Fabian livrou-se da sina que fez com que dois amigos da adolescência, que fumavam maconha e cheiravam cocaína com ele, morressem aos 17 anos em acidentes de moto, ao dirigirem drogados. Um terceiro companheiro da juventude morreu recentemente, de overdose.

Outra amiga, chamada Renata, viveu uma aventura cinematográfica ao lado de Fabian. Ele furtou de parentes três computadores e um carro, vendeu os equipamentos, comprou 2 000 reais em crack, maconha e conhaque, apanhou Renata de automóvel e pegou a Rodovia Anchieta rumo ao litoral. Ele dirigia e consumia a droga. Perdeu o controle do carro, rolou de uma ribanceira e, mesmo ensanguentado, nem pensou em pedir socorro. Os dois terminaram o trajeto a pé, compraram curativos em uma farmácia e se trancaram por semanas em um hotel em Santos para consumir a droga.

Quando o crack acabou, a amiga sumiu e, sem mais o que fazer por lá, Fabian voltou a pé para a capital, fumando a maconha que tinha restado. Há anos, a família de Renata não tem notícias dela. Fabian sobreviveu.

Sem ordem judicial – Tramita na Câmara dos Deputados um projeto que modifica a Lei Nacional Antidrogas, de 2006, e prevê ainda mais liberdade de ação para a família e para o estado. O PL nº 7663, de 2010, dispensa a ordem judicial para a internação involuntária do viciado. Basta um laudo médico atestando a necessidade do tratamento.

Autor da proposta, o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) diz querer evitar com a medida a deterioração da saúde do viciado ao longo dos anos de uso continuado de droga. “Em média as pessoas ficam três anos em degradação contínua sem pedir para se tratar. Nesse período elas vão se deteriorando fisicamente e contraindo doenças. É um processo terrível de destruição. Só cai a ficha de que ela precisa se tratar quando ela não aguenta mais.”

Osmar Terra é médico e foi secretário da Saúde do Rio Grande do Sul por oito anos, quando deixou o estado com 1.800 leitos para internação de dependentes químicos – mais que o dobro de São Paulo. “O importante é a pessoa ficar livre da intoxicação aguda da droga, para poder pensar com mais clareza sobre a continuação do tratamento. Quando ela está desesperada pela próxima pedra essa possibilidade não existe.”

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