Horas depois do encerramento da CPI dos Cartões Corporativos, nesta quinta-feira, líderes do PSDB, DEM, PPS protocolaram uma ação na Procuradoria Geral da República pedindo a abertura de inquérito policial contra quatro ministros: Dilma Rousseff (Casa Civil), Jorge Hage (Controladoria Geral da União), Tarso Genro (Justiça) e Paulo Bernardo (Planejamento). A ação foi uma resposta da oposição à conclusão dos trabalhos da CPI, que, dominada pelos governistas, não pediu punição às autoridades federais que cometeram abusos no uso dos cartões nem apontou culpados pelo vazamento do dossiê que revelou despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus familiares durante a presidência do tucano (1995-2002).
‘Estamos pedindo o indiciamento dessas pessoas e explicando ao Ministério Público como foi a participação de cada uma na confecção do dossiê’, explicou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A ação também pede a investigação e eventual indiciamento da ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), que deixou o governo com o escândalo dos cartões corporativos, e de quatro funcionários da Casa Civil envolvidos no escândalo do dossiê: a secretária Executiva, Erenice Guerra, braço-direito da ministra Dilma, o secretário de Administração, Norberto Temóteo Queiroz, a diretora de Recursos Logísticos, Maria de la Soledad Bajo Castillo, e do assessor da diretoria de Orçamento e Finanças, Gilton Saback Maltez.
Cronologia
Até agora, o único indiciado pelo caso do dossiê foi o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires. Ele enviou o dossiê contra FHC para André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Na ação, a oposição avaliou ainda que o ministro Jorge Hage ‘demonstrou ter conhecimento do conteúdo do dossiê’, em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos. Já o ministro Tarso Genro teria prevaricado ao não determinar à Polícia Federal a instalação imediata de inquérito para apurar a confecção do dossiê.