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Operação Turbulência: Quadrilha pode ter financiado campanhas de Eduardo Campos, diz PF

Quatro empresários foram presos hoje suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro; esquema teria sido alimentado por propina em obras da Petrobras e da Transposição do Rio São Francisco

Por Da Redação
21 jun 2016, 16h21

A quadrilha alvo da Operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira, pode ter atuado no financiamento das campanhas de Eduardo Campos (PSB) à reeleição ao governo de Pernambuco em 2010 e à Presidência da República em 2014, segundo a Polícia Federal. Esta última foi interrompida por causa do acidente aéreo que matou Campos, em agosto de 2014, no litoral paulista. Após o acidente, a ex-senadora Marina Silva (Rede) assumiu a titularidade da chapa e retomou a campanha presidencial.

As investigações da PF em Pernambuco levantaram indícios do funcionamento de um esquema que envolvia dezenas de contas bancárias e empresas, a maioria de fachada, para lavar dinheiro de atividades ilegais. Parte dos recursos teria vindo de esquemas de corrupção na Petrobras e nas obras de transposição do Rio São Francisco. De acordo com a PF, o grupo movimentou cerca de 600 milhões de reais em seis anos.

“O envolvimento do ex-governador não está sendo alvo das investigações, mas podemos afirmar, com base em colaborações premiadas e no compartilhamento de provas que tivemos com outros inquéritos, que as campanhas vinculadas ao ex-governador foram favorecidas ou pelo menos tiveram recursos que vieram de empresas apuradas hoje na Operação Turbulência”, afirmou delegada da PF Andréa Pinho. “Nós detectamos o envolvimento de políticos, pelo menos no sentido de serem beneficiários de recursos. Agora não posso alegar que apenas políticos faziam uso dele. Acredito que, na verdade, seja bem mais amplo”, completou.

Os empresários acusados de serem os líderes da organização foram presos preventivamente entre a madrugada e a manhã desta terça-feira. São eles: João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal. Lyra e Apolo seriam os donos do jatinho que transportava Eduardo Campos durante a campanha de 2014.

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O delegado Daniel Albuquerque, cedido da PF de Alagoas para contribuir na investigação, afirmou que o dinheiro circulava por várias contas e empresas para que ele se “distanciasse de sua origem, provavelmente ilícita”.

Lava Jato – Para colher evidências contra o grupo de empresários, a equipe da Operação Turbulência cruzou dados com outros inquéritos da Polícia Federal, entre eles três ligados à Operação Lava Jato. Dois estão no Supremo Tribunal Federal (STF) e um segue na Justiça Federal em Curitiba (PR). Um dos inquéritos no Supremo relaciona os investigados da Operação Turbulência ao suposto recebimento de doação ilegal para a campanha de Eduardo Campos em 2010. A pessoa que teria buscado esses recursos, conforme os investigadores, seria o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integração de Dilma Rousseff (PT).

A investigação aponta ainda que a OAS, uma das principais empreiteiras enroladas no petrolão, teria pagado 18,8 milhões de reais a uma das empresas usadas para comprar a aeronave em Campos morreu.

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Nesta terça, a PF também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidas três aeronaves – dois helicópteros e um avião – avaliadas em 9 milhões de reais, além de 10.000 dólares apreendidos com Eduardo Leite, que viajaria para Miami e desembarcava com João Carlos Lyra, em São Paulo, quando foi detido. O bloqueio de contas e bens também está sendo realizado pela Polícia Federal.

Entre as empresas investigadas está uma com sede no Uruguai, cujo dono é Oscar Algorta Raquetti, citado na Operação Lava Jato por ter ajudado o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a lavar dinheiro na compra de um apartamento de 7,5 milhões de reais em 2009.

“Chamou a atenção que no mesmo endereço dela existem 180 outras empresas, então há indicativo de que sejam de fachada. Em segundo lugar ela integra o quadro social de uma empresa sediada em Goiás que também está sendo alvo de investigação e que também não funciona na prática. A despeito disso, ela possui movimentações milionárias, que tem como beneficiários, via de regra, os principais integrantes da organização criminosa”, detalhou a delegada Andréa Pinho.

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(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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