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O trauma do ônibus 174 e a evolução dos negociadores da polícia do Rio

Desfecho trágico do sequestro de junho de 2000 foi o marco da mudança na forma de a polícia fluminense enfrentar situações com reféns

Por Da Redação
9 ago 2011, 23h51

Situações com reféns no Rio de Janeiro são especialmente traumáticas desde 11 de junho de 2000. Naquela tarde, uma sequência desastrosa de desdobramentos fora de controle transformou um assalto a ônibus em um evento de grande complexidade, com passageiros sob a mira do revólver de um criminoso drogado, em um bairro nobre da cidade, o Jardim Botânico. Em rede nacional de TV, a população do Rio e a polícia descobriram juntas, da pior forma, que seus agentes de segurança não estavam preparados para evitar que esse tipo de cenário evoluísse para um circo de horrores. O Dia dos Namorados terminou de forma trágica: a professora Geisa Firmo Gonçalves, de 20 anos, uma das reféns, foi baleada no momento em que o bandido Sandro no Nascimento se entregava. O criminoso, preso, foi assassinado por asfixia dentro de uma viatura da PM.

A perícia mostrou que o primeiro tiro que atingiu Geisa partiu da arma do policial Marcelo Oliveira dos Santos, um recém-formado agente do Bope então com 27 anos. Os demais, do seqüestrador, que atirou à queima-roupa contra a refém. O soldado, descobriu-se logo, era apenas um dos elos frágeis de um mal construído sistema de reação a essas ações criminosas.

O sistema foi reconstruído. A começar por algumas mudanças estratégicas primárias. Na situação da noite desta terça-feira, não era mais o comandante da ação o negociador, como ocorreu no fatídico 12 de junho de 2000. E os negociadores, agora, são tão ou mais importantes e preparados que os atiradores. O assalto ao ônibus que seguia do centro do Rio para Duque de Caxias também evoluiu para uma situação com reféns. E, apesar do lamentável desfecho com quatro feridos, a situação se resolveu no prazo de uma hora.

A população do Rio passou a valorizar os negociadores. E entendeu, pelo desfecho de outras situações semelhantes, que há como se evitar – ou amenizar – as grandes tragédias nesse tipo de situação. Em uma delas, negociador e atirador saíram aplaudidos. Em 25 de setembro de 2009, um criminoso manteve refém a dona de uma farmácia no bairro de Vila Isabel, na zona norte. Enquanto um policial negociava com o bandido, que ameaçava detonar uma granada junto ao corpo da mulher, outro agente se posicionou no prédio em frente. Na primeira oportunidade clara, e de acordo com todo o treinamento que recebeu, o atirador atingiu em cheio a cabeça do assaltante. A polícia saiu aplaudida.

Em 21 de agosto de 2010 os negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tiveram que lidar com um quadro ainda mais complexo: um bando de traficantes armados, que havia trocado tiros com a polícia na saída de um baile funk, invadiu o Hotel Intercontinental, em São Conrado, na zona sul, e fez 31 reféns. Foram necessários 50 minutos para convencer a quadrilha a abandonar as armas e se entregar. Dez criminosos foram presos, e os policiais evitaram, além da tragédia no local, uma repercussão que seria danosa para a cidade que assumiu o compromisso de abrigar, nos próximos anos, as maiores competições mundiais do esporte e um número incontável de eventos internacionais.

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