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Moro determina prisão preventiva de ex-secretário de Cabral

Wilson Carlos estava preso temporariamente pela Operação Calicute. Busca e apreensão encontrou indícios que o ligam a pagamento de 'propina dissimulada'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 nov 2016, 20h31 - Publicado em 21 nov 2016, 20h27

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, determinou nesta segunda-feira a conversão da prisão temporária do ex-secretário de Governo do Rio de Janeiro Wilson Carlos em prisão preventiva, sem prazo para terminar. Carlos foi preso na quinta-feira passada, quando foi deflagrada a 37ª fase da Lava Jato, a Operação Calicute, que levou à prisão, entre outros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Segundo delatores das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, o esquema de corrupção liderado por Cabral teria desviado mais de 220 milhões de reais em obras como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as reformas do Maracanã para os Jogos Panamericanos de 2007 e a Copa do Mundo de 2014. Ainda de acordo com os colaboradores premiados, 5% dos valores dos contratos eram destinados a Sérgio Cabral; 1%, a “taxa de oxigênio”, como a propina era chamada, era paga ao grupo do ex-governador.

Moro não havia determinado a prisão preventiva de Wilson Carlos inicialmente porque não havia provas relevantes que o ligassem a pagamentos de propina em contratos públicos do governo do Rio.

Após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão no apartamento do ex-secretário, no entanto, o Ministério Público Federal voltou a pedir a prisão preventiva dele. Segundo os procuradores, foi apreendido um documento com supostas anotações de Carlos em que há  instruções para que a empresa Print Gpost fizesse um depósito na conta da LRG Consultoria e Participações, que tem como sócio Carlos Miranda, apontado pela Lava Jato como operador financeiro de Sérgio Cabral.

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“O referido documento vincula materialmente Wilson Carlos aos depósitos efetuados nas contas das empresas LRG Consultoria (antiga Gralc Consultoria) e, em relação aos quais, há fundada suspeita de constituírem propinas dissimuladas”, escreveu Moro no despacho em que deferiu a prisão preventiva de Carlos.

No novo pedido de prisão, os procuradores da Lava Jato enumeraram pagamentos em dinheiro vivo feitos por Wilson Carlos e sua esposa, Mônica Araújo Macedo Carvalho, e constatam que o casal tem um padrão de vida elevado e incompatível com a renda declarada à Receita Federal. Carlos e Mônica não teriam declarado ao Fisco, por exemplo, um mansão no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ).

Os pagamentos suspeitos em espécie, num valor total de 91.660 reais, foram efetuados entre março de 2010 e julho de 2014 e serviram à compra de uma poltrona de massagem (17.300 reais), móveis (10.670 reais), equipamentos de iluminação (7.090 reais), itens de decoração (11.900 reais) e a blindagem de um carro de Wilson Carlos, no valor de 45.000 reais.

Para Sergio Moro, pagamentos em dinheiro vivo, embora não ilícitos, são “indícios de lavagem de dinheiro por parte do investigado”. “Difícil vislumbrar, diante dos pagamentos em espécie e da estruturação, motivação lícita para a sua realização dessa forma, tratando-se, em cognição sumária, de expediente possivelmente destinado à ocultação dos valores e para dificultar rastreamento”, conclui o magistrado.

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