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Mônica registrou em cartório e-mail que usou para falar com Dilma

Conta criada no Google permitia que as duas conversassem sobre investigações da Lava Jato deixando mensagens na caixa de rascunhos, sem que fossem enviadas

Por Da Redação
12 Maio 2017, 18h11

A marqueteira Mônica Moura, mulher do também marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas de Dilma Rousseff (PT) em 2010 e 2014, registrou em um cartório de Curitiba um “print” da caixa de entrada do e-mail em que, de acordo com depoimento ao Ministério Público Federal, ela e a ex-presidente conversavam sobre temas sigilosos.

A informação do registro em cartório e a reprodução do e-mail foram feitas pelo blog Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. A impressão, segundo a ata notarial registrada no 1º Tabelionato de Notas de Curitiba no dia 13 de julho de 2016, mostra a caixa de entrada do e-mail 2606iolanda@gmail.com e uma mensagem do dia 22 de fevereiro que seria, segundo Mônica, um alerta feito por Dilma sobre uma eventual ação da Polícia Federal. “Vamos visitar nosso amigo querido amanhã. Espero não ter nenhum espetáculo nos esperando. Acho que pode nos ajudar nisso, né?”, diz a mensagem. Neste dia 22 de fevereiro de 2016, a PF deflagrou a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Acarajé, cujos principais alvos eram os marqueteiros do PT.

Em sua delação, Mônica contou que a conta de e-mail no Google foi criada no computador pessoal de Dilma no Palácio da Alvorada. “Criamos o nome [do e-mail], ela [Dilma] que deu sugestão do nome do e-mail: Iolanda. E botamos um número, Iolanda 2606, uma coisa qualquer, e criamos uma senha”. Além dela e de Dilma, também tinha a senha, segundo a marqueteira, o ex-assessor especial da petista Giles Azevedo. Para evitar rastreamento pelos investigadores, os e-mails não eram enviados, mas apenas salvos na pasta “rascunhos”. Em determinado momento, também por questões de “segurança”, Dilma pediu à mulher de Santana que criasse outra conta de e-mail, o que foi feito.

O relato sobre como funcionava o uso deste e-mail consta nos depoimentos do acordo de delação premiada do publicitário e de sua mulher, detalhado na edição de VEJA desta semana. Santana e Moura contaram ao MPF que Dilma os alertou, antes da Operação Acarajé, com o seguinte texto cifrado, salvo na pasta de rascunhos: “O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo, 10. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”. O doente, nesse caso, seria o publicitário, enquanto a “esposa” é uma referência à Mônica Moura.

Poucos dias depois desse aviso, Dilma ligou para Santana, que estava na República Dominicana. Nessa chamada telefônica, a ex-presidente, que recomendara ao casal se afastar do Brasil, avisou o marqueteiro que a sua prisão estava decretada, segundo Mônica. A marqueteira afirmou que as informações sobre as investigações da Lava Jato seriam vazadas pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Dilma e Cardozo negam.

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