Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Marina nega saída, mas não esconde insatisfação com PV

Aliados confirmam, no entanto, que ela estuda deixar partido; ex-senadora rompeu com presidente do PV, José Luiz Penna

Por Adriana Caitano
13 jun 2011, 21h42

Embora negue publicamente que vá deixar o PV e fundar um novo partido, a ex-senadora Marina Silva já não consegue esconder que está com um pé fora da legenda. A maior divergência é com o presidente do PV, José Luiz Penna. Desde março, quando ele foi reconduzido ao cargo que ocupa há doze anos, os dois romperam relações. Nesta segunda-feira, Marina deu claros sinais de que sua paciência com Penna está próxima do limite.

As notícias sobre a debandada do grupo Transição Democrática, ligado à ex-senadora, surgiram no fim de semana. Um dos integrantes do grupo confirmou ao site de VEJA a tendência. “Percebemos que, por onde passávamos, um soldado ia ao chão”, diz o político, referindo-se à reação do presidente da legenda de punir quem apoiasse as ideias de reforma da estrutura do PV.

A decisão deve sair em menos de dez dias. Os verdes estimam haver cerca de trinta deputados federais de várias legendas dispostos a seguir Marina, caso ela crie uma legenda nova. Prefeitos e vereadores podem engrossar a lista.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, Marina negou que a saída do PV esteja em discussão. Ainda assim, mandou recados bem diretos ao grupo de Penna. “Nós estamos aguardando para saber o que eles querem”, destacou. “Está na mão dessas pessoas decidirem para onde vamos”, reforçou aos jornalistas após o programa.

Continua após a publicidade

A ex-senadora e seus aliados têm sido cautelosos ao comentar sobre a possibilidade de fundar um novo partido. “Não queremos ser oportunistas como Gilberto Kassab. É preciso discutir com a sociedade para elaborar um novo modelo que esteja antenado com o século XXI e não com a velha forma de fazer política”, diz um dos verdes ligados a Marina.

Questionada sobre o prazo para tomar uma decisão, Marina desconversou. “O prazo é o da democracia. Estou querendo que a gente seja no mínimo razoável. Os 20 milhões de votos recebidos são muita responsabilidade para achar que vão ficar as mesmas pessoas e os mesmos cantinhos”.

Negociação – Para parte do grupo, uma debandada agora seria precipitada. “As tentativas de negociação não foram esgotadas e só quem tem interesses particulares estão com pressa”, afirma o deputado Alfredo Sirkis (RJ), único do grupo que ainda mantém contato com Penna. “De qualquer forma, não existe a hipótese de irmos para uma legenda já existente e um novo partido só seria viável após 2012, pois precisaria de muita conversa”.

Continua após a publicidade

Há quem aposte que Marina aguentará mais tempo no partido, mesmo com desgaste, para não perder território político – sem partido, seria mais difícil ela se manter em evidência e muitos de seus aliados que têm mandato ou querem se candidatar em 2012 não poderiam acompanhá-la porque precisam de uma sigla.

Apesar de divergirem publicamente sobre o futuro dos descontentes do PV, todos os integrantes do grupo Transição Democrática, inclusive Marina, concordam que o clima dentro do partido está cada vez mais pesado. Em abril, pessoas ligadas a Penna até iniciaram uma forte campanha na internet para expulsar a ex-senadora da legenda. “A situação é de fato desconfortável e revoltante”, reconhece Sirkis.

“Todos os sinais que temos recebido é de que não nos querem mais por perto”, diz outro aliado de Marina. “Só mesmo se houver um milagre e o Penna se manifestar a favor do diálogo é que as coisas poderão mudar, mas da forma que está não temos como ficar”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.