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EXCLUSIVO: Lula pediu para eliminar contas de propina, diz Duque

Ex-diretor da Petrobras prestou depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira. Duque revelou encontro secreto com Lula já durante a Operação Lava-Jato

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 Maio 2017, 19h39 - Publicado em 5 Maio 2017, 15h35

Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque revelou que teve um encontro secreto com o ex-presidente Lula, num hangar do Aeroporto de Congonhas, já durante as investigações da Operação Lava-Jato, no qual recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras.

Segundo Renato Duque, o ex-presidente relatou na conversa que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.

“Ele me perguntou se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM, dizendo que a então presidente Dilma tinha recebido a informação que um ex-diretor da Petrobras tinha recebido dinheiro numa conta da Suíça da SBM. Eu falei: ‘Não, não tenho dinheiro da SBM nenhum. Nunca recebi dinheiro da SBM’. Aí, ele vira para mim e fala assim: ‘Olha, e das sondas? Tem alguma coisa?’. Falei..e tinha, né? Eu falei: ‘Não, também não tem'”, relatou Renato Duque. Lula, nas palavras do ex-diretor, replicou: “Olha, presta atenção no que vou te dizer: se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada no teu nome, entendeu?”, contou.

Duque acrescentou: “O que eu iria fazer? Não tinha mais o que fazer. Aí, ele foi e falou que iria conversar com a Dilma, que ela estava preocupada com esse assunto e que iria tranquilizá-la. Mas, nessas três vezes, ficou claro, muito claro para mim que ele tinha pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”.

Principal operador do PT na Petrobras, Renato Duque também afirmou que se reuniu com Lula secretamente para discutir contratos de interesse das empreiteiras do petrolão em pelo menos duas oportunidades. Segundo Duque, Lula sabia de tudo que se passava no petrolão. Mas não só. O ex-presidente monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. Lula era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio Renato Duque.

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O ex-ministro Antonio Palocci foi designado por Lula para ser o grande responsável por negociar as propinas em contratos com as empreiteiras. Além de confirmar que Lula recebia propinas do esquema, Duque disse ter escutado do ex-tesoureiro João Vaccari Neto que Palocci administrava a parte de Lula nas propinas da Sete Brasil. Vaccari era o responsável por gerenciar a propina do ex-presidente.

Segundo Duque, dentro da quadrilha do petrolão o ex-presidente Lula era chamado por dois apelidos: “Nine” e “Chefe”.  Quando não falavam diretamente o apelido de Lula, os integrantes do esquema gesticulavam com as mãos perto do rosto para simular uma barba.

Em nota, a assessoria do ex-presidente classificou o depoimento como “mais uma tentativa de fabricar acusações mentirosas” contra ele e de criar fatos que não ocorreram. “Como não conseguiram produzir nenhuma prova das denúncias levianas contra o ex-presidente, depois de dois anos de investigações, quebra de sigilos e violação de telefonemas, restou aos acusadores de Lula apelar para a fabricação de depoimentos mentirosos”, diz texto publicado em sua página na internet.

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https://youtu.be/9pV_yOoNkh0https://youtu.be/YmzLMNzJZvA

 

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