Discursando em cerimônia comemorativa ao Dia Mundial do Meio Ambiente nesta quinta-feira em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a Amazônia aos recipientes de água benta presentes em igrejas católicas. Foi a forma encontrada pelo presidente para reclamar do que ele considera um excesso de opiniões emitidas sobre a floresta brasileira mundo afora. “Todo mundo acha que pode meter o dedo”, disse Lula sobre a Amazônia, após afirmar que, “de vez em quando” acha que “a Amazônia é como aqueles litros de água benta que têm na igreja. Basta ser católico e entrar na igreja que [o sujeito] quer colocar o dedo para se benzer.”
Para Lula, “é muita gente dando palpite”. “Não é que nós não queremos ajuda, que nós não queremos partilhar os conhecimentos que precisamos ter da Amazônia, não é que nós não queremos construir projetos conjuntos, mas nós não podemos permitir que as pessoas tentem ditar as regras sobre o que a gente tem que fazer na Amazônia”, disse o presidente.
O discurso foi feito por ocasião do envio ao Congresso de um projeto de lei criando a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, nova proposta de política ambiental do governo. Lula também assinou decretos criando três unidades de preservação na Amazônia – uma no Pará e duas no Amazonas.