Justiça mantém condenação e determina prisão de Gil Rugai
Ex-estudante de teologia foi condenado a 33 anos e nove meses pelo assassinado do pai e da madrasta em 2013; ele respondia pelo crime em liberdade
A Justiça de São Paulo decidiu nesta terça-feira manter a condenação do ex-estudante de teologia Gil Rugai pelo assassinato do pai e da madrasta em março de 2004. Um mandado de prisão contra ele será expedido em até dois dias. De acordo com a Justiça, Rugai, que respondia pelo crime em liberdade, deve voltar para a cadeia. Ele foi condenado em fevereiro de 2013 a uma pena de 33 anos e nove meses de prisão. O julgamento só aconteceu nove anos após a morte de Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, a decisão pela prisão de Rugai foi unânime entre os desembargadores e tomada em razão da análise de um pedido da defesa do condenado que solicitou a anulação do julgamento por alegar que teria ocorrido uma série de erros durante o processo e pela insuficiência de provas para a condenação do cliente. “Esmiuçadas as teses defensivas e os depoimentos de todas as testemunhas, não se vislumbra, sequer nas minúcias, uma fagulha de prova que possa concretizar-se como evidência de que a decisão dos jurados tenha se dado manifestamente contrária”, conforme consta no voto do relator do caso, o desembargador Luis Soares de Mello Neto. Devido aos trâmites processuais, o mandado demorará até dois dias para ser expedido e só então Rugai passará a ser procurado pela polícia.
Leia também:
Gil Rugai é condenado a 33 anos e nove meses de prisão
Nos cinco dias em que o julgamento durou, no ano passado, foram ouvidas quinze testemunhas. A defesa diz ter apresentado registros telefônicos de Rugai ligando às 22h14 para uma amiga de seu escritório, a quatro quilômetros e meio do local onde o casal morreu. A tese sustentada pelos defensores de Rugai é que o crime ocorreu pouco antes desse horário, quando um vizinho fez ligações à polícia para avisar dos disparos, às 21h54 e 22h13. Mas, segundo o Ministério Público, o duplo homicídio foi cometido bem antes, às 21h30, com tempo suficiente para o ex-seminarista sair do local e dar o telefonema de seu escritório.
O julgamento foi marcado por declarações da defesa de que haveria outras linhas de investigação para o homicídio, como o envolvimento do casal com o tráfico de drogas e de um ex-funcionário que trabalhava na casa da família e teria a chave da porta dos fundos da casa. Porém, os advogados não conseguiram comprovar as teses diante dos jurados.
Durante as investigações, a polícia reuniu provas que poderiam induzir os jurados de que Rugai tinha um comportamento estranho – suásticas, seringas com sangue e um depoimento sobre uma suposta “mala de fuga” com uma pistola, roupas, canivete, facas, dinheiro e LSD. O promotor o acusou, diante dos jurados, de ter uma personalidade “borderline” (limítrofe) entre a de um psicopata e a de uma pessoa normal.