Jovem é acusada de forjar gravidez para se vingar de ex-namorado
Segundo mãe de Victor Sedassare, suposto pai da criança, ele foi condenado na Justiça e pagou pensão por um ano, até a verdade ser descoberta
Pâmela Ribeiro Serveli, uma jovem de 24 anos, é acusada pela família do ex-namorado, Victor Guerino Sedassare, 24, de forjar uma gravidez para obrigá-lo a pagar pensão alimentícia. Os dois namoraram por quatro anos e terminaram em 2015, mas, segundo a família de Sedassare, Pâmela não aceitou o fim do relacionamento e insistia em contatar o rapaz por meio de mensagens no WhatsApp.
A mãe dele, Rosa Helena Sedassare, conta a VEJA que, depois de muita insistência da ex-namorada, Victor Sedassare concordou em reencontrá-la, e, alguns dias depois de ter passado aproximadamente 30 minutos com a jovem, recebeu a notícia de que ela estava grávida. “A gente não tinha como duvidar que ela estava grávida, né? Porque esse tipo de coisa pode acontecer, nada é impossível”. Ao comunicar a gravidez, Pâmela Serveli apresentou um exame que confirmava a gestação.
Rosa narra que, com o exame em mãos, além uma foto antiga do casal e print-screens de conversas no aplicativo de mensagens instantâneas, Pâmela Serveli entrou na Justiça e venceu o processo contra Sedassare, que acabou condenado a pagar pensão para suprir os custos da gestação.
Ela se queixa da falta de apuração no processo em que, em suas palavras, não havia “nada convincente” apresentado por Pâmela. No desenrolar do caso, Victor Sedassare descobriu um câncer na coluna em estado avançado, que o deixou em cadeira de rodas.
Diante da derrota judicial, a família do rapaz passou a exigir um teste de DNA por duvidar da paternidade de Laura, nome pelo qual Pâmela chamava a criança. Todas as vezes em que os exames eram agendados, no entanto, ela alegava imprevistos e cancelava. “Ela queria marcar o DNA, marcava, e no dia, faltando 5 minutos, a gente já estava prontinho pra ir pro laboratório, ela ligava e falava ‘olha, não vou poder ir porque a Laura está doente’, ou então falava que tinha quebrado o pé”, relata Rosa Sedassare.
Depois de inúmeras tentativas frustradas de conhecer a neta, Rosa percorreu hospitais e cartórios de Ribeirão Preto (SP), onde vivem as famílias de Pâmela Serveli e de Sedassare, em busca de registros que comprovassem o nascimento da menina. Não encontrou nada. A verdade foi confirmada no laboratório em que a jovem fez o teste de gravidez: ela nunca esteve grávida.
Quando soube que Laura, na verdade, nunca existiu, Rosa Sedassare e um advogado foram imediatamente à Justiça para relatar a possibilidade de o exame apresentado pela jovem no processo ter sido fraudado.
Aniversário sem aniversariante
Segundo a mãe do rapaz, no dia em que a menina completaria um ano, ocasião comemorada com uma festa para 50 convidados, um oficial de Justiça bateu à porta de Pâmela Serveli para informar que ela deveria apresentar a criança e a certidão de nascimento no Fórum. O plano de Pâmela, ainda de acordo com Rosa, seria levar a filha de uma amiga à festa e fazê-la passar-se por Laura. Depois da intimação judicial, contudo, ela foi ao evento sem a criança.
De acordo com a mãe de Victor, a jovem, que alega até agora que a criança existe, não agiu sozinha, pois, na opinião dela, seria impossível que Pâmela escondesse a história da família, com a qual mora.
VEJA tentou contato com Pâmela Serveli ou sua família, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto a manifestação.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirma que a Polícia Civil de Ribeirão Preto investiga o caso e que “aguarda o envio da documentação pelo Ministério Público dar prosseguimento às investigações”.
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