Itamaraty criará comissões para casos de assédio, diz jornal
Além de contar com membros dos comitês de raça e gênero, as comissões serão compostas de representantes da administração e entidades do ministério
O Itamaraty decidiu criar uma cartilha e comissões internas de prevenção e enfrentamento de casos de assédio moral, sexual e de discriminação em embaixadas, consulados e outros órgãos, segundo informa a coluna da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
O tema tem preocupado o ministério, que no momento está precisando enfrentar mais uma denúncia de assédio envolvendo diplomatas. O caso em questão atinge o embaixador João Carlos Souza-Gomes, que atuava como chefe da delegação do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, na Itália. Ele foi afastado do cargo na última sexta-feira 10.
A ideia é que a comissão de prevenção seja composta de representantes da administração e entidades de classe dos diplomatas e servidores. Ela contará, também, com membros dos comitês de raça e gênero e de deficiência do ministério.
Assédio
Não é a primeira vez que o ministério recebe denúncias de casos de assédio. Em 2014, o Ministério de Relações Exteriores suspendeu dois diplomatas que prestavam serviço no consulado brasileiro em Sydney, na Austrália. Eles foram acusados de assédio moral e sexual por funcionários do local. As sanções recaíram sobre o então cônsul-geral do Brasil em Sydney, Américo Fontenelle, e seu adjunto, César Cidade, que foram suspensos do serviço diplomático, respectivamente, por noventa e trinta dias.
Entretanto, em março deste ano Fontenelle, foi acusado novamente por assédio sexual, e dessa vez também por abuso de autoridade, humilhações, racismo e homofobia. Mas, como a primeira ocorrência foi denunciada há mais de dois anos, a punição prescreveu. Caso não tivesse prescrito, ele ficaria sessenta dias fora de suas atividades.
Os primeiros problemas com Fontenelle surgiram em 2007, quando era cônsul-geral em Toronto, no Canadá.