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Delator: quadrilha de Cabral e Adriana usou outro escritório

Em delação, dono de restaurante que lavava dinheiro para Cabral diz que ex-primeira-dama e sócio repassaram processos de concessionárias para outro advogado  

Por Thiago Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 jun 2017, 20h09 - Publicado em 26 jun 2017, 20h06

As investigações do Ministério Público Federal envolvendo a quadrilha formada por Sérgio Cabral e sua esposa Adriana Ancelmo lançaram luzes sobre outro escritório de advocacia carioca, também abastecido por contratos com concessionárias públicas. Em depoimento no dia 5 de maio, após fechar acordo de colaboração premiada com os procuradores, Italo Garritano Barros, dono do restaurante Manekineko citou o nome de um advogado chamado João frequentemente acionado por Thiago Aragão, ex-sócio de Adriana e preso atualmente acusado de lavar o dinheiro da banca no estabelecimento. “Thiago usava o escritório de um amigo para realizar trabalhos que não podiam passar pelo escritório. Esse amigo João ficou com parte do dinheiro dele para ajudar a sua família”, disse Italo aos procuradores.

VEJA apurou que João Candido Martins Ferreira Leão é o advogado citado no depoimento. A partir de 2013, seu escritório, o Ferreira Leão Advogados incorporou à sua carteira centenas de processos envolvendo a Supervia, concessionária responsável pelos trens no estado, além de causas sobre o Metrô Rio, a CCR Barcas e a Rio Ônibus. No site Escavador, onde é possível checar a atuação de advogados pelo Brasil, seu nome aparece vinculado a 831 processos da Supervia e 217 do Metrô. A migração das causas coincide com o período de divulgação dos contratos de Adriana Ancelmo na imprensa.

Reportagem de VEJA naquele ano informou que, antes de Cabral tomar posse, apenas 2% da receita do escritório tinha origem em concessionárias. Depois, o número pulou para 60%. Além disso, a Operação Lava Jato já descobriu que, entre 2007 e 2014, o faturamento anual de Adriana como advogada saltou de 2,6 para 14,7 milhões de reais.

Procurado por VEJA, João afirmou por e-mail que já advoga para essas empresas há pelo menos dez anos “em demandas de natureza cível, trabalhista e tributária”, mas não explicou o aumento de processos de concessionárias na sua carteira a partir de 2014. Disse ainda que conheceu Thiago Aragão em 2009, e que “com ele jamais mantive qualquer relação profissional, sobretudo que pudesse dar margem a qualquer tipo de auxilio, inclusive financeiro, em seu benefício ou de sua família”. Por fim, negou conhecer Adriana Ancelmo. “Minha atuação na advocacia sempre se pautou pela estrita observância das regras éticas que regem a profissão, passando ao largo de práticas ilícitas”, conclui.

No depoimento de Italo, outro personagem próximo a Thiago Aragão é citado. Trata-se de  Orlando Diniz, atual presidente da Fecomércio do Rio, que, durante a sua gestão, gastou milhões de reais com o escritório de Adriana. Em um período próximo à condução coercitiva de Adriana, em novembro do ano passado, o dono do Manekineko conta que procurou Aragão em busca de alguma pessoa conhecida para comprar parte do seu restaurante. Ao sugerir um nome, Thiago fez uma ressalva, segundo Italo: “Tem o Orlando (Diniz), mas sabe como é o dinheiro dele, né?”. Italo afirmou ter desistido da ideia de imediato pois entendia que o comentário se referia a “algo obscuro”.

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