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PF vai intimar Haddad a depor sobre caixa 2

Delegado afirmou que ainda é cedo para dizer se o ex-prefeito sabia dos pagamentos irregulares; operação se baseou na delação de Ricardo Pessoa, da UTC

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 1 jun 2017, 16h44 - Publicado em 1 jun 2017, 12h09

Em entrevista para detalhar os resultados da Operação Cifra Oculta, desdobramento da Lava Jato em São Paulo deflagrado nesta quinta-feira, o delegado da PF Rodrigo de Campos afirmou que vai pedir o depoimento do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no inquérito que apura pagamentos de caixa 2 à sua campanha em 2012.  Segundo o delegado, a operação de hoje foi feita para procurar provas que pudessem confirmar o que foi relatado na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, da UTC. A partir de agora, a PF irá centrar a apuração na responsabilidade de cada investigado.

No acordo de delação firmado com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Pessoa relatou ter sido procurado, em 2013, por João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, para que a UTC saldasse dívidas da campanha de Haddad com gráficas que prestaram serviços à campanha no valor de 3 milhões de reais. A  empreiteira aceitou pagar 2,6 milhões de reais, que teriam sido repassados às empresas por meio do partido e do doleiro Alberto Yousseff.

A Polícia Federal considera prematuro dizer se Haddad tinha conhecimento da negociação, mas que “com certeza” ele terá que prestar esclarecimentos a respeito. O pagamento teria sido feito às gráficas Souza e Souza e Axis, ligadas ao ex-deputado Francisco Carlos de Souza (PT). A PF chegou a pedir a prisão de Souza, mas a Justiça negou o mandado.

O valor é muito superior ao que a campanha de Haddad declarou ter pago a outras duas empresas, a LWC e a Candido de Oliveira, pelo mesmo serviço. Estas gráficas teriam recebido, declaradamente, 354.000 e 252.000 reais pelo serviço, respectivamente.

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Ainda não está descartada a tese de que esse valor de caixa 2 tenha sido repassado posteriormente para outras pessoas, mas isso ainda não está confirmado.

Nesta quinta-feira, a PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Eleitoral de São Paulo. Os alvos foram as sedes das empresas e as residências dos seus responsáveis.

Por meio de sua assessoria, Haddad afirmou que a gráfica de Souza “prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE”. Ele nega ter recebido dinheiro da UTC e alega que a construtora teve “seus interesses contrariados” durante a sua gestão, como o cancelamento das obras do túnel da avenida Roberto Marinho, na Zona Sul de São Paulo. “Seria contraditório uma empresa que teve seus interesses prejudicados pela administração saldar uma dívida de campanha deste administrador”, diz a assessoria do petista. 

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