Guarda confessa que usou rede social para atrair 5 assassinados
Justiça decretou prisão temporária de 30 dias do guarda-municipal de Santo André
Policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam nesta quinta-feira, um guarda-civil de Santo André, São Paulo, suspeito de envolvimento na morte dos cinco jovens da zona leste cujos corpos foram encontrados no domingo, em Mogi das Cruzes. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a polícia acredita que o guarda-civil seria responsável por armar uma armadilha para atrair os jovens.
O guarda municipal teve decretada prisão temporária por 30 dias e, segundo policiais, confessou envolvimento na elaboração de perfis falsos em rede social, mas não no assassinato dos jovens. Na armadilha planejada, os suspeitos usavam os perfis com nomes de garotas para convidar os jovens a uma festa – também falsa – em Ribeirão Pires, outra cidade da Grande São Paulo. Os perfis foram retirados do ar pouco depois de os rapazes desaparecerem, em 21 de outubro.
A suspeita dos investigadores era de que o guarda-civil estivesse por trás da criação da página na rede social. “Ele confessou que montou a página para atrair os jovens”, afirmou a delegada Elizabete Ferreira Sato, diretora do DHPP ao jornal. Ela, no entanto, disse que o guarda negou participação na chacina. “Conseguimos a prisão temporária dele por 30 dias”, disse Elizabete. A prisão do suspeito foi decretada pela Justiça de Mogi das Cruzes.
Invasão
Em protesto à morte dos cinco jovens, um grupo de cerca de 150 manifestantes invadiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo na noite de ontem. O ato era sobretudo em solidariedade às famílias dos cinco jovens mortos.
O saguão de entrada da SSP, na Rua Líbero Badaró, região central de São Paulo, foi ocupado pelos manifestantes, que pediam que o secretário da pasta, Mágino Alves, descesse de seu gabinete para falar com o grupo. A chegada dele, no entanto, causou um princípio de tumulto, só encerrado quando ele deixou o prédio pela porta da frente, escoltados por seguranças e policiais.
Após o episódio, Mágino Alves declarou que “foi a primeira e a última vez que a Secretaria da Segurança Pública é invadida”. Enquanto a manifestação prosseguia, um grande número de policiais militares se posicionou nos acessos ao prédio, mas não houve confronto.