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Greves no transporte público ameaçam cinco capitais

Rodoviários do Rio pararam à meia-noite desta quarta, um dia após Salvador e São Luís ficarem sem ônibus. Em Fortaleza, rodoviários decidem sábado se fazem paralisação e em São Paulo os metroviários devem parar no dia 5

Por Pâmela Oliveira e Mariana Zylberkan
27 Maio 2014, 18h53

(Atualizado às 4h42)

As greves de trabalhadores do transporte público ameaçam cinco cidades brasileiras, às vésperas da Copa do Mundo: Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Fortaleza. Uma nova paralisação dos ônibus urbanos do Rio começou à meia-noite desta quarta-feira, seguindo a decisão de um grupo de cerca de 150 rodoviários que, reunidos em assembleia na Candelária, no Centro da cidade, aprovou a greve de 24 horas.

Mais uma vez, o movimento ocorre à revelia do sindicato da categoria. Desta vez, no entanto, há uma “determinação” dos grevistas de manter 30% da frota em circulação – algo pouco provável, por não se tratar de um movimento com diálogo estabelecido com o sindicato patronal, o Rio Ônibus. Nas últimas três semanas, o mesmo grupo de motoristas e cobradores deixou o Rio sem transporte em três ocasiões – na última delas, por 48 horas seguidas, nos dias 13 e 14.

A decisão dos rodoviários do Rio ocorreu no mesmo dia em que duas capitais – Salvador, na Bahia, e São Luís, no Maranhão – ficaram sem ônibus. Em São Paulo, onde a população enfrentou o caos nos transportes na semana passada, com a paralisação dos onibus, há agora risco de greve dos metroviários. Em Fortaleza, no Ceará, rodoviários também ameaçam parar. A categoria realizará uma assembleia no sábado, para definir a adesão à greve.

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Em Salvador a situação é complexa. Assim como ocorreu no Rio de Janeiro, o sindicato que representa a categoria fechou acordo com o sindicato patronal, mas o contrato firmado não agradou aos motoristas e cobradores, que deflagraram greve nesta terça-feira. Os rodoviários afirmam que foram impedidos de entrar na assembleia para participar da votação sobre o acordo, ocorrida segunda-feira.

A realização da greve à revelia dos representantes legais aumenta o temor das autoridades de Salvador, que receberá no próximo dia 13 o jogo entre Espanha e Holanda, no estádio da Fonte Nova. Além de dificultar a negociação entre patrões e profissionais, o afastamento do sindicato prejudica a atuação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), capaz de mediar negociações apenas entre sindicatos.

Na terça-feira, a Justiça do Trabalho determinou que ao menos 70% dos ônibus voltem a circular em Salvador, nos horários de pico, sob pena de multa diária de 100.000 reais. A multa, no entanto, é destinada ao Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado da Bahia (Setps), que não liderou a greve e não tem, a princípio, condição de determinar o retorno dos profissionais ao trabalho. A situação – uma punição decidida contra uma entidade que não tem controle sobre a categoria – é similar à ocorrida no Rio de Janeiro no início do mês, e não tem, na prática, poder de pressionar os grevistas.

No Rio, os grevistas, sem o apoio do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus do município do Rio (Sintraturb), não aceitam o acordo coletivo assinado em abril, que garantiu aumento de 10% à categoria. A comissão de greve exige reajuste salarial de 40% e outros benefícios. Em nota, o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, afirmou que a decretação da greve por um grupo dissidente de 150 rodoviários é “uma afronta à Justiça e à sociedade”. Informou ainda que solicitará à Justiça que a greve seja considerada abusiva e que seja determinada a imediata suspensão.

São Paulo – Depois de enfrentar dias de caos com a greve-surpresa dos motoristas e cobradores de ônibus, a cidade de São Paulo tem no horizonte a perspectiva de novos dias de confusão no transporte público. Os metroviários, que estão em estado de greve desde dia 20, decidiram entrar em greve no próximo dia 5 durante assembleia realizada, nesta terça-feira.

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A categoria quer aumento de 35,47%, além de reajuste de 13,25% do vale-refeição e vale-alimentação de 397,80 reais. O sindicato patronal ofereceu 5,2% e, nesta terça-feira, aumentou a oferta – 7,8% – para tentar evitar a paralisação. Na próxima quarta-feira, os metroviários devem se reunir para confirmar a greve, a expectativa é que até lá o metrô suba mais o percentual.

Em reunião realizada nesta segunda-feira, o Ministério Público do Trabalho orientou o metrô a oferecer aumento salarial de 9,5% para evitar a paralisação. Segundo o sindicato, a proposta não havia sido enviada até o início da tarde desta terça-feira. Nesta última semana, funcionários do metrô trabalharam com coletes onde lia-se “Transporte padrão Fifa” e suspenderam as ações das operações Plataforma, Embarque Melhor e Embarque Preferencial.

Os metroviários também cogitam liberar as catracas como protesto pela campanha salarial. No dia 20, uma comissão foi formada para discutir como viabilizar o acesso dos usuários de forma gratuita aos trens.

Abertura da Copa – O sindicato dos metroviários também lidera uma proposta de paralisação no dia 12 de junho, data da abertura da Copa do Mundo, que terá a cerimônia de abertura e a primeira competição – entre Brasil e Croácia, na Arena Corinthians, na capital paulistana. A categoria se reuniu nesta segunda-feira com lideranças de sindicatos e entidades que pretendem organizar manifestações contra o governo durante o mundial. Nova reunião está marcada para o dia 2 de junho para definir os detalhes do ato.

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