Os trabalhadores do setor aéreo confirmaram nesta quarta-feira o indicativo de greve da categoria a partir de 23 de dezembro. Aeronautas – que trabalham nas aeronaves – e aeroviários – que atuam nos aeroportos – tiveram nesta tarde a última reunião de negociação com as empresas e não houve acordo. Até o fim da semana, portanto, assembleias locais dos sindicatos devem referendar a data de início da paralisação.
As categorias querem 15% de reajuste salarial, mas o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) ofereceu somente aumento de acordo com a inflação. O salário de dezembro já foi pago com esse aumento, de 6,08%. A Snae não trabalha com a possibilidade de uma paralisação no fim de ano.
Na segunda-feira, os aeroviários aprovaram o indicativo de greve caso a proposta não aumentasse. Na reunião desta quarta, não houve avanço. “Vamos, então, construir a paralisação por conta da intransigência do sindicato patronal, que deixou claro não querer negociar. As empresas estão nos empurrando para isso”, reclamou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.
Nesta quinta, o Sindicato Nacional dos Aeronautas irá se reunir às 16h, no Rio de Janeiro, para definir a adesão à greve. Entre os aeroviários a decisão está tomada, mas faltam alguns estados aderirem. Se não houver uma sinalização das empresas até lá, a partir do dia 23, às vésperas do Natal, os brasileiros enfrentarão longas esperas nos aeroportos, que já começam a registrar atrasos e cancelamentos pelo maior fluxo no fim do ano e por causa das chuvas.