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Ex-assessor de Sérgio Cabral é solto por engano no Rio

Alvará de soltura dizia respeito a prisão por falta de porte de armas. Juiz Marcelo Bretas classificou erro como 'grave' e determinou retorno dele à prisão

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 nov 2016, 18h44 - Publicado em 24 nov 2016, 16h57

Ex-assessor do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e, assim como ele, preso pela Operação Calicute, na semana passada, Luiz Carlos Bezerra foi solto por engano na manhã de ontem. Ele estava encarcerado na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, e já teve nova ordem de prisão decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

O alvará de soltura de Bezerra foi expedido pelo juiz federal Vitor Barbosa Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, no processo em que ele é acusado de manter armas sem porte legal. O armamento foi encontrado pela Polícia Federal em um cofre no apartamento de Luiz Carlos Bezerra, em Botafogo, Zona Sul carioca, durante o cumprimento dos mandados da Calicute. A prisão em flagrante gerou um processo, que corre sob responsabilidade de Valpuesta.

Embora seja alvo de prisão preventiva por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-assessor de Cabral foi solto, segundo a Justiça Federal, porque “no sarqueamento na Polinter [Serviço de Polícia Interestadual, da Polícia Civil], foi aposto o ‘nada consta’ no alvará”.

“Considerando a ocorrência de grave erro material durante o cumprimento do alvará de soltura, expedido pela 3ª Vara Federal Criminal, relativo à prisão em flagrante do investigado Luiz Carlos Bezerra, quando foi desconsiderada a prisão preventiva do mesmo anteriormente ordenada por este Juízo, DETERMINO que o acusado seja imediatamente recolhido à prisão”, escreveu em despacho nesta quinta-feira Marcelo Bretas.

O magistrado também determinou que Bezerra seja recolhido a um presídio que não lhe permita ter contato com os demais presos na Operação Calicute, “tendo em vista que durante o período em que esteve em liberdade pode ter obtido informações que, se compartilhadas, podem acarretar prejuízo às investigações”.

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Luiz Carlos Bezerra é apontado pelas investigações do Ministério Público Federal (MPF) como um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral no esquema de corrupção que teria desviado 224 milhões de reais de contratos públicos do estado do Rio durante a gestão do peemedebista, entre 2007 e 2014.

Os procuradores do MPF sustentam que Bezerra era um dos “homens da mala” que distribuíam propinas ao grupo do ex-governador. Também caberia a ele a função de fazer a contabilidade paralela do fluxo de dinheiro arrecadado junto a empreiteiras como Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia.

Segundo delatores da Carioca, a exemplo de Tânia Fontenelle, ex-gerente financeira da empreiteira, Luiz Carlos Bezerra tinha a confiança de Sérgio Cabral e de seu principal operador financeiro, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda.

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A proximidade era tamanha que Bezerra estava entre os convidados do infame jantar no restaurante Le Louis XV, em Mônaco, onde Cabral presenteou sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, com um anel da joalheria de luxo Van Cleef & Arpels avaliado em 800.000 reais, pagos pelo empreiteiro Fernando Cavendish.

Ainda coube Bezerra, conforme documentos encontrados na busca e apreensão em sua empresa, o pagamento de contas da família Cabral, como a despesa de 1.070 reais em cachorro quente no aniversário de Mateus, filho do ex-governador e Adriana Ancelmo.

O ex-assessor de Cabral também teria coordenado repasses de dinheiro à ex-primeira-dama fluminense, à mãe de Sérgio Cabral, Magaly, a uma tia do peemedebista, Regina, e à ex-mulher do ex-governador, Susana Neves Cabral.

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