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Estudantes denunciam casos de discriminação e assédio na FGV-SP

Situações relatadas vão de declarações preconceituosas de professores até acusações de assédio sexual por alunos; Diretório Acadêmico cobra investigação

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 17 mar 2017, 07h42 - Publicado em 16 mar 2017, 10h46

Depois da Universidade de São Paulo (USP), que produziu um vídeo-denúncia sobre agressões contra mulheres dentro da universidade, a Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) é outra conceituada instituição de ensino a enfrentar acusações de agressões machistas e racistas por parte de professores e alunos. Em um grupo fechado para alunos no Facebook, estudantes e coletivos publicam denúncias que vão de declarações machistas de docentes até um caso de assédio sexual, que teriam sido cometidos por alunos.

Segundo o Diretório Acadêmico Getúlio Vargas (DAGV), entidade que representa os estudantes da instituição, situações como as relatadas não são inéditas, mas passaram a ter mais visibilidade depois que a organização estudantil se intensificou na FGV. No entanto, a ocorrência de casos consecutivos preocupou o Diretório. Em 21 de fevereiro, durante o “Trote Estudantil”, um aluno foi acusado de assediar sexualmente “algumas mulheres”, segundo a nota do DAGV, enquanto o beijo de duas alunas provocou reações homofóbicas. Um terceiro caso foi uma denúncia de racismo contra uma aluna, durante uma partida esportiva do campeonato “Interbixos”.

Uma outra publicação do grupo de estudantes, feita pelo Coletivo Anita Malfatti, acusa um estudante, não identificado, de ter feito sexo, no Carnaval, com uma jovem alcoolizada, sem condições de consentir. A mensagem do coletivo ressalta que “sexo sem consentimento, quando a menina está desacordada, sem conseguir se mexer, bêbada e vulnerável é ESTUPRO”. O grupo de alunas afirmou que foi registrado um boletim de ocorrência e que medidas judiciais serão tomadas. Publicação na página do DAGV informa que o órgão está “discutindo sobre implicações legais para tomar a melhor decisão” a respeito deste caso.

Na última semana, durante o Dia Internacional da Mulher, a publicação de uma aluna, que relatava declarações depreciativas contra as mulheres por parte de um professor da Escola de Administração (EAESP), provocou uma reação em conjunto entre o Diretório e os coletivos dos estudantes. O docente teria dito, segundo o relato publicado, que “mulher só faz o trabalho quando enche ela de porrada”. Nos comentários, outras denúncias apontam professores que teriam chamado estudantes de “pretinhas”, com conotação racista, e um que teria chamado uma aluna de “feminista no bom sentido”.

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Comissão de Ética

Segundo nota do DAGV, a entidade realizou um processo de apuração dos fatos e, em seguida, os encaminhou para a Coordenadoria da instituição, que instaurou duas comissões de ética: uma, para apurar os delitos dos alunos e outra, os dos professores. O grupo estudantil reforçou a necessidade de atualizar o Código de Conduta e Ética da FGV-SP, que, hoje, não prevê situações específicas de discriminação por desigualdade social, de orientação sexual ou de gênero.

Por fim, o Diretório ressaltou a importância de “grupos minoritários” se aproximarem do canal de Ouvidoria mantido pelo órgão, para que casos como esses não se repitam. Procurada pelo site de VEJA, a FGV-SP negou que tenha recebido qualquer denúncia formal “acerca das supostas ocorrências mencionadas nas redes sociais e, em sendo, serão apuradas com base nos regulamentos da instituição e nas leis brasileiras” e ressaltou que repudia “toda a forma de discriminação e preconceito.”

Leia a íntegra da nota:

“A FGV, ao longo de seus mais de 70 anos de contribuição para o desenvolvimento do País, tem se pautado pelo respeito à legislação e aos princípios éticos, repudiando toda a forma de discriminação e preconceito. Nenhuma denúncia formal foi levada a efeito junto à direção da instituição acerca das supostas ocorrências mencionadas nas redes sociais e, em sendo, serão apuradas com base nos regulamentos da instituição e nas leis brasileiras.”

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