Estudante agredido por PM em manifestação tem alta após 14 dias
Mateus Ferreira da Silva, que protestava contra as reformas de Temer, teve traumatismo crancioencefálico, ficou 12 dias na UTI e passou por várias cirurgias
O estudante Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, que ficou 14 dias internado após ter sido violentamente agredido com um golpe de cassetete na cabeça durante manifestação contra as reformas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB) recebeu alta nesta quinta-feira em “boas condições clínicas”, segundo o Hospital de Urgências de Goiânia.
Mateus, que é estudante de ciências sociais na Universidade Federal de Goiás (UFG), teve um traumatismo cranioencefálico e ficou 12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros dois na enfermaria do hospital e passou por várias cirurgias. Ele ainda terá que se submeter a outros procedimentos. Segundo o hospital, ele receberá assistência multidisciplinar e deverá retornar à unidade de saúde rotineiramente para dar continuidade ao tratamento.
Mateus é formado em ciências da computação e está no terceiro semestre do curso de ciências sociais. Segundo a mãe, Suzethe Barboza, ele trabalha desde os catorze anos de idade.
O caso teve repercussão nacional e gerou um debate a respeito da força policial. Dias depois, o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri, apresentou uma proposta de um novo código de ética para a Polícia Militar goiana. Segundo Balestreri – que foi secretário nacional de Direitos Humanos em 2008, no governo Lula -, conceitos deveriam ser revistos e a polícia necessitaria passar por uma melhor capacitação: “A intenção é consolidar um novo método prático, profissionalizado e científico para uso da força policial.”
O capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto, identificado como autor da agressão, foi retirado das ruas e está atuando na área administrativa da corporação. Ele é alvo de uma investigação interna na Polícia Militar.
(Com Agência Brasil)