Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Estatísticos denunciam fraudes em pesquisas eleitorais

Os profissionais afirmam que seus nomes e números de registros aparecem em pesquisas sem que eles tenham participado de fato dos trabalhos

Por Da redação
21 out 2016, 09h34

Pesquisas eleitorais da campanha municipal de 2016 foram registradas com dados falsos de estatísticos, segundo denunciam os próprios profissionais. Doris Fontes, presidente do Conselho Regional de Estatística da 3.ª Região, afirma que nomes e números de registro de filiados à entidade aparecem em levantamentos no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sem que eles tenham participado de fato dos trabalhos. Ela própria teve seu nome utilizado em mais de 20 pesquisas realizadas pela empresa Bom Dia Rio Preto Comunicações. “Nunca na minha vida realizei pesquisa eleitoral”, ressaltou.

Outros profissionais relatam situações semelhantes. Renata Nunes César, do instituto Datafolha, afirma que seu nome e registro foram usados para o registro de uma pesquisa na cidade de Campo Limpo, em Minas Gerais, pela empresa Diário Em Dia. Ela afirmou nunca ter atuado em pesquisas fora do instituto em que trabalha.

LEIA TAMBÉM:
Ibope: Alexandre Kalil ultrapassa João Leite em Belo Horizonte
Escassez de recursos reduz número de pesquisas eleitorais

Maria Rita Lucas, do Instituto Statsoft, afirmou que seu instituto aparece nos registros do TSE como autor de três pesquisas eleitorais, embora não trabalhe com essa atividade. Além disso, os registros indicam o nome e número de um estatístico que é ex-funcionário do Statsoft, André Willy Castro. Ele afirmou que não realizou nenhuma das três pesquisas.

Continua após a publicidade

Exigência

O TSE exige que toda pesquisa eleitoral seja registrada em seu site antes de realizada, com os dados do contratante e do estatístico responsável. O tribunal, porém, “não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas”, segundo informa seu site.

A descoberta das fraudes se deu porque, nas eleições de 2016, o TSE passou a permitir em seu site a consulta por nome e número de registro de estatísticos responsáveis por pesquisas.

No Maranhão, a empresa Ma+ Consultoria e Serviços usou dados falsos de um estatístico em um levantamento na cidade de Formosa da Serra Negra. O dono da empresa, Avenildo Aquino Pinto, foi preso por estelionato em março deste ano. Ele é alvo de inquérito policial por ter dois CPFs.

Continua após a publicidade

Nos registros do TSE, o nome do responsável pela pesquisa da Ma+ em Formosa da Serra Negra é Lázaro Ramos de Andrade, com o número de registro profissional 7941 – esse registro, porém, pertence a outro estatístico, Carlos Magno Machado, do Rio Grande do Norte. A Ma+ registrou uma segunda pesquisa em nome de Lázaro Ramos de Andrade, na cidade de Grajaú, no Maranhão, mas com outro número de registro profissional.

O proprietário da empresa Bom Dia Rio Preto, Kleber Moreira, negou que as pesquisas tenham sido registradas sem o consentimento da estatística Doris Fontes e afirmou que ela foi contratada de fato para a pesquisa. Já o proprietário do Diário Em Dia, de Campo Belo, Richard Pereira, e a empresa Ma+ não responderam às ligações da reportagem.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.