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Encontros com empresários eram comuns, diz Temer

Em entrevista à TV Band, presidente voltou a negar ter discutido valores em reunião em 2010 e disse ser ‘constrangedor’ ver seu nome citado na delação

Por Da redação
Atualizado em 17 abr 2017, 18h30 - Publicado em 15 abr 2017, 23h36

O presidente Michel Temer afirmou que encontros entre políticos e empresários são comuns e que é “constrangedor” ver seu nome citado por um dos delatores da Odebrecht. Em seu depoimento à Lava Jato, um ex-executivo da empreiteira, Márcio Faria da Silva, afirmou ter participado de uma reunião com o então vice-presidente na qual foi acertada doação via caixa dois no valor de 40 milhões de dólares ao PMDB.

“É muito desagradável ouvir aquele depoimento. É constrangedor”, disse Temer em entrevista à TV Band veiculada na noite deste sábado. Na conversa, o presidente reafirmou ter participado da reunião, que teria ocorrido no escritório político de Temer, em São Paulo, em julho de 2010, mas voltou a negar ter discutido valores. “Não sabia de valores. Não se falou de contratos, evidentemente, e de nenhum tema escuso”, disse.

Temer lembrou que ocupava o cargo de presidente do PMDB e que, na época as doações de empresas a partidos e candidatos eram permitidas pela constituição, e que era comum que doadores quisessem conhecer pessoalmente as lideranças dos partidos que recebiam doações. “Quando se chegava na época da eleição, não era incomum que aquele que ia colaborar com o partido, depositar oficialmente as importâncias, quisessem cumprimentar o presidente do partido foi o que aconteceu.”

O presidente disse que a reunião foi marcada pelo então deputado Eduardo Cunha porque o empresário queria “apertar a mão” dele. “O deputado Eduardo Cunha me disse na época: ‘Olhe, há uma pessoa aí que quer colaborar, quer contribuir para o partido, mas ele quer pegar na sua mão. Quer cumprimentá-lo.’ Aí ajustamos um dia em que eu estava em São Paulo”, disse.

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O peemedebista também afirmou que entende a revolta da população com o conteúdo das delações premiadas. “A indignação é verdadeira, a população tem razão”, declarou. “Agora é preciso praticar gestos para superar [a indignação], fazendo com que o Brasil vá para frente.”

Cunha e o impeachment

Na entrevista, Temer descreveu a relação com Cunha como “institucional”. “Não era do tipo uma relação pessoal que se tem com alguém”.

O presidente disse que se o PT votasse a favor de Cunha no processo do qual ele era alvo no Conselho de Ética “era muito provável” que o então presidente da Câmara não desse admissibilidade ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Se o PT tivesse votado nele naquela comissão de ética era muito provável que a senhora presidente continuasse. E quando conto isso é para contar, primeiro, que ele não fez o impedimento por minha causa. Segundo: jamais militei para derrubar a presidente, como muitas vezes se diz.”

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Ministros

Questionado se, diante da abertura de inquéritos contra oito de seus ministros, mudaria a “linha de corte” que havia estabelecido, de só pedir exoneração após o oferecimento de denúncia, Temer disse que sim. Mas ponderou que, eventualmente, um ministro pode pedir exoneração “se sentir confortável”. Oito ministros do governo Temer serão investigados a partir da delação da Odebrecht.

Renan

Na entrevista, o presidente foi instado a falar sobre o comportamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que de aliado se tornou um crítico do governo. Em resposta ao senador alagoano, que havia comparado o governo à seleção de Dunga, Temer retrucou afirmando que ele lembrava mais Felipão na pior derrota da história da seleção brasileira. “Renan sempre foi um pouco assim, de idas e vindas. Acho que ele quis ter o momento de Felipão. Isso lembra o 7 a 1 da Alemanha”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)

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