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‘Ele mudou alguma coisa? Eu não vi’, diz FHC sobre João Doria

Ex-presidente disse a empresários do ramo da saúde que prefeito paulistano faz "algum sucesso" porque sabe se comunicar nas redes sociais

Por Da redação
23 jun 2017, 17h08

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) relativizou nesta sexta-feira a gestão do prefeito de São Paulo, João Doria Jr. (PSDB), que o coloca entre os cotados para ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2018. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, FHC disse a empresários do setor médico, em um encontro na capital paulista, que Doria faz “algum sucesso” porque domina a comunicação nas redes sociais.

A menção ao prefeito se deu no contexto em que o ex-presidente argumentava que os eleitores priorizarão lideranças em detrimento de partidos políticos em 2018. O exemplo usado por Fernando Henrique para ilustrar essa inclinação do eleitorado foi a eleição do presidente Emmanuel Macron, na França, que se apresentou como candidato de centro que gravava e compartilhava suas agendas de campanha nas redes sociais.

“Por que o prefeito de São Paulo está fazendo algum sucesso? Por que ele manipula isso aqui [FHC tirou o celular do bolso] o tempo inteiro. Ele mudou alguma coisa? Eu não vi, mas isso aqui ele saber fazer [comunicação]”, declarou, segundo o jornal.

“Não estou propondo que seja ele [o candidato], não, mas acho que precisamos mudar de geração. Para poder fazer frente a esse mundo novo, precisamos de outra cabeça, outra geração, pessoas que possam se comunicar com os mais jovens e de maneira mais atualizada”, contemporizou FHC.

Diante de pesquisas eleitorais que apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança da corrida pelo Planalto no ano que vem, FHC diz achar “difícil Lula recuperar o apoio que perdeu da classe média. Ele não representa mais o sentimento de esperança da época em que me substituiu. Agora os tempos são outros. E se você tira o Lula do PT, cadê o PT? O Lula fica, o PT, não”, declarou o tucano.

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Denúncia contra Temer é ‘gravíssima’

No encontro com os empresários, FHC tratou das investigações contra o presidente Michel Temer (PMDB), que devem levar a uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista. O tucano ressaltou que será a primeira vez que isso ocorrerá no Brasil. “O procurador-geral da República, baseado em uma investigação da Polícia Federal, que é submetida à presidência, se dispõe a mover uma ação contra o presidente. E por corrupção. Isso nunca houve”, disse. “Se por um lado isso é sinal de que as instituições estão independentes, por outro lado, é gravíssimo”, completou FHC.

Ao comentar a iminência da denúncia, segundo FHC citou os últimos dias de Getúlio Vargas, que se suicidou em 1954. “Quando Getúlio Vargas era presidente, em um tempo em que os militares estavam muito assanhados, existia a chamada ‘República do Galeão’, formada pelo pessoal da Aeronáutica que fazia inquéritos militares. Um dia, chamaram o irmão do Getúlio, Benjamin Vargas. Pouco depois, Getúlio se matou porque descobriu que o irmão estava metido em confusões junto com o chefe de sua guarda pessoal. Era grave”, lembrou o ex-presidente. “Não estou dizendo que o Temer se mate, claro, prefiro outra coisa”, ironizou.

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Fernando Henrique ressaltou declaração dada por ele recentemente, de que o peemedebista, em um “gesto de grandeza”, antecipasse as eleições gerais. “Ele podia chamar as forças políticas e antecipar a eleição para daqui a oito, nove meses. Isso para ter legitimidade”, disse.

O tucano, mais uma vez, se posicionou contra eventuais diretas-já e citou o teórico italiano Antonio Gramsci, que diz haver situações na política onde o “velho já morreu, mas o novo não nasceu”, referindo-se à ausência de lideranças políticas no cenário brasileiro atual.

(com Estadão Conteúdo)

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