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Eike pagou dívida de campanha de Haddad, diz Mônica Moura

Mulher do marqueteiro João Santana relatou ao TSE que o empresário pagou R$ 5 milhões ao casal no exterior, referentes a serviços prestados ao ex-prefeito

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h46 - Publicado em 1 Maio 2017, 21h17

O empresário Eike Batista pagou uma dívida de 5 milhões de reais da campanha de 2012 de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, disse a empresária Mônica Moura em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Mônica, coube ao então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, resolver o impasse do pagamento.

“Sempre tinha uma dívida que rolava. Isso era absolutamente natural, absolutamente normal. Tinha vezes que a gente fazia tantas campanhas que as dívidas se misturavam”, disse a mulher do marqueteiro João Santana, uma das testemunhas ouvidas pela Justiça Eleitoral no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

Durante o depoimento, ela foi questionada sobre depósitos feitos em uma conta na Suíça mantida por Santana.

“Às vezes o próprio PT não sabia mais o que estava pagando. Se era 2010, se era 2012, se era Patrus (Patrus Ananias, hoje deputado federal), se era Haddad, era uma confusão de dívidas e essa dívida também ficou para o ano seguinte, só que essa em 2013 já também o Vaccari me chama e resolve através do Eike”, contou a delatora.

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O pagamento no exterior teria sido acertado diretamente com o executivo Flávio Godinho, homem de confiança de Eike. Fez-se então um contrato de trabalho de três páginas, “bem simplesinho”, segundo Mônica.

“Essa história é engraçada. Esse trabalho existiu, no fim das contas, porque o João fez um trabalho primoroso de pesquisa e contextualização de uma empresa que o Eike queria montar na Venezuela, em Angola, ligada a petróleo e energia”, detalhou.

A empresária disse não ter a “menor noção” de qual tipo de negócio Eike poderia ter que o interessasse a pagar a dívida de uma campanha do Haddad. “Na verdade, ele nem sabia que estava pagando a campanha do Haddad, ele estava pagando uma dívida do PT. Eu imagino hoje, lendo tudo que eu leio. Ele estava pagando uma dívida do PT”, afirmou a mulher de João Santana.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a assessoria do ex-prefeito informou que João Santana e Mônica Moura “jamais cobraram da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo qualquer valor além do contrato cujo saldo, ao final da campanha, foi assumido pelo Partido dos Trabalhadores”.

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“Quanto ao senhor Eike Batista, nem ele, nem nenhum de seus prepostos, jamais entrou em contato com Fernando Haddad, nem com o tesoureiro da sua campanha. O ex-prefeito desconhece completamente quaisquer interesses do empresário na cidade de São Paulo”, diz a nota.

O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, defensor de Vaccari, disse que a versão apresentada por Mônica Moura não é verdade. “Isso se trata exclusivamente de palavra de delator, sem qualquer embasamento probatório ou na realidade”, rebateu o advogado.

Até a publicação deste texto, a reportagem não havia obtido retornos da defesa de Eike Batista e de Flávio Godinho.

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(com Estadão Conteúdo)

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