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É prematuro relacionar morte de jovens à polícia, diz secretário

Mágino Alves afirma que a suspeita de envolvimento de policiais no caso não é a principal linha de investigação da polícia

Por Da Redação 8 nov 2016, 16h42

Apesar de confirmar a suspeita de envolvimento de policiais militares na morte de cinco jovens que estavam desaparecidos na zona leste de São Paulo, o secretário Estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, afirmou nesta terça-feira em entrevista à Rádio Estadão que esta não é a principal linha de investigação do caso. Para o secretário, ainda é “prematuro” relacionar a ocorrência à ação de policiais.

“Existem outras duas linhas de investigação que estão sendo levadas a cabo tanto pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) quanto pela Corregedoria da Polícia Militar. Mas não é a principal linha, não”, afirmou. O secretário não informou qual seria a principal suspeita dos investigadores. “A gente tem de manter uma certa reserva”, ponderou Alves.

Os cinco jovens, com idade entre 16 e 30 anos, desapareceram no dia 21 de outubro, uma sexta-feira. Eles saíram do Parque São Rafael, na zona leste de São Paulo, para uma festa em um sítio em Ribeirão Pires. Antes de desaparecer, um deles relatou a uma amiga, pelo WhatsApp, que havia levado um “enquadro” da polícia e teria sido “esculachado”.

Os corpos dos rapazes foram encontrados no último domingo em uma área rural de Mogi das Cruzes, depois que um trabalhador foi atraído até o lugar pelo cheiro forte e pela presença de urubus. Os cadáveres estavam em estado avançado de decomposição, enterrados em covas rasas e com cal na superfície.

Embora o Instituto Médico Legal (IML) só tenha confirmado a identificação dos corpos de Robson Fernando Donato de Paula, que era cadeirante e tinha 16 anos, e de Caíque Henrique Machado, de 18 anos, policiais e familiares acreditam que todos eles sejam mesmo dos jovens. “A nossa principal preocupação, até pouco tempo, era de localizar essas pessoas. Infelizmente, elas foram encontradas, como a gente já presumia, sem vida. Agora, nossa tarefa é elucidar cabalmente esses fatos e apurar a autoria”, disse Mágino.

Indícios

Peritos encontraram cartuchos de pistola calibre .40, que haviam sido comprados pela Polícia Militar, no terreno baldio onde os corpos foram enterrados – indício que também reforça a participação de PMs no homicídio. Segundo o secretário, no entanto, “exames preliminares” apontam que as balas retiradas dos corpos são de calibre 38, que não é restrito das polícias.

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Mágino também confirmou que PMs consultaram os dados de duas das vítimas, antes do desaparecimento. Segundo ele, Caíque e Jonathan Moreira, também de 18 anos, foram averiguados nos dias 2 e 9 de outubro, respectivamente, em um procedimento de “rotina”. “Esses rapazes desapareceram no dia 21. Então, acho que as consultas não guardam nenhum relação com a morte”, afirmou.

Para o ouvidor das Polícias de São Paulo, Julio Cesar Neves, disse que há “sinais claros” de execução, uma vez que um dos corpos estaria amarrado e outro, sem cabeça. O advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), afirmou as ações são típicas de “grupo de extermínio”.

“É muito prematura estabelecer neste momento qualquer ligação desse evento com a ação de policiais civis ou militares”, afirmou Mágino. “De qualquer forma, havendo prova nesse sentido, qualquer uma das polícias – e a própria SSP – vai tomar as medidas necessárias para punição de eventuais envolvidos”, concluiu.

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(com Estadão Conteúdo)

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