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Cracolândia: manifestantes param anúncio de Doria e Alckmin

Gritos de 'fascistas' e 'higienistas' impediram pronunciamentos dos tucanos sobre plano de revitalização; entrevista foi transferida para a prefeitura

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 Maio 2017, 13h08 - Publicado em 24 Maio 2017, 11h27

Um tumulto impediu que o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciassem as novas habitações populares e o plano de revitalização na Cracolândia em um evento marcado para a manhã desta quarta-feira. O discurso, que ocorreu próximo ao local onde fica o tradicional ponto de consumo de drogas, na região da Luz, durou apenas alguns minutos. Ambos foram interrompidos por gritos de “fascistas” e “higienistas” vindos de um grupo de manifestantes formado por funcionários de ONGs que atuam na região.

Integrantes da gestão tucana reagiram aos protestos e começaram a gritar o nome do governador para abafar as manifestações. Houve tumulto e empurra-empurra. Doria e Alckmin precisaram sair às pressas. Uma entrevista coletiva que aconteceria no local foi cancelada e remarcada para a sede da prefeitura de São Paulo, no centro.

Um subsecretário do governo Alckmin chegou a bater boca com um manifestante. “Vocês estão defendendo traficante”, disse o auxiliar do governador. Irritado, um grupo de pessoas o cercou e começou a gritar com ele com o dedo em riste — o subsecretário teve que se retirar da confusão em um carro da Guarda Civil Municipal. “Temos agora um ambiente mais sob controle”, disse Doria, logo no início da entrevista no edifício Matarazzo, sede da prefeitura.

Cracolândia

O projeto tem sido alvo de críticas desde domingo, quando, durante a Virada Cultural na cidade, uma operação da Polícia Militar dispersou os usuários de crack que vivem na região. Na ação, traficantes foram presos e armas e drogas, apreendidas.

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Na segunda-feira, o promotor de Justiça Arthur Pinto Filho, do Ministério Público de São Paulo, afirmou que a ação não estava prevista no programa municipal de assistência aos usuários de drogas e que pegou o MP de surpresa. Segundo ele, a Cracolândia paulistana não acabou, somente “mudou de lugar”.

No domingo, Doria chegou a anunciar precipitadamente o fim da Cracolândia. Nesta quarta-feira, mudou o tom, esclarecendo que estava se referindo ao espaço físico da feira livre de drogas e não ao problema em si. “Não é um trabalho de um dia, um mês, um ano. É um trabalho contíguo, longo. Aquele espaço hoje é da Nova Luz”, disse Doria.

O prefeito também teve que se explicar sobre a atrapalhada ação de ontem de demolir imóveis na região. Ele tentou minimizar o episódio, apesar do reconhecimento da falha. “Duas pessoas foram atendidas no local. Foram escoriações muito leves, arranhões. Outra foi levada para o pronto-socorro e liberada uma hora depois”, afirmou. Segundo um auxiliar de Doria, as autoridades não sabiam que a casa estava ocupada porque os seus habitantes haviam entrado pelos fundos. “Mas, de fato, foi um erro. A equipe deveria ter visto”, comentou.

O governador Geraldo Alckmin, por sua vez, aproveitou a sua fala para responsabilizar o governo federal pela chegada da cocaína e do crack Brasil, uma vez que essas drogas não são produzida no país. “Há uma omissão do governo federal no combate ao tráfico de drogas. Mas nós não podemos nos omitir”, disse ele.

Ao defender a intervenção policial no domingo, Alckmin também criticou o programa De Braços Abertos, da gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), por manter os dependentes na região da Cracolândia. Em troca de trabalho, eles recebiam salário e hospedagem em hotéis das redondezas. “Houve um erro. A concentração dessas pessoas ajudou o tráfico de drogas”.

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