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Doria admite que poderá manter 50 km/h em trechos das marginais

Prefeito eleito pedalou neste domingo com cicloativistas, que o cobraram sobre o assunto

Por Da redação
Atualizado em 10 out 2016, 17h17 - Publicado em 10 out 2016, 08h43

Três dias depois de ser alvo do primeiro protesto de ciclistas contra o fim anunciado do programa de expansão das ciclovias, o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), resolveu pedalar no domingo e, pressionado por cicloativistas, admitiu que poderá manter a velocidade máxima a 50 quilômetros por hora (km/h) em alguns pontos da pista local das marginais.

“Onde existir comprovadamente um fluxo grande de pedestres poderemos reestudar, sim, o limite de velocidade”, disse o prefeito, diante da pressão dos ciclistas. Doria havia convidado cerca de trinta cicloativistas, incluindo o coordenador da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Daniel Guth, o criador do site Vá de Bike, William Cruz, e a jornalista Renata Falzoni, para pedalar na Avenida Brigadeiro Faria Lima, Zona Oeste da capital paulista.

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A frase de Doria foi dita depois de Falzoni questioná-lo sobre o aumento dos limites de velocidade. Ela afirmou que era errada a afirmação de que não havia pedestres cruzando as marginais, uma vez que as pessoas que andam na calçada precisam atravessar as ruas de acesso às pistas expressas – e seriam esses pontos os locais mais perigosos. Ela deu como exemplo a Rua Hungria, nos Jardins, de difícil travessia para pedestres.

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“Vamos analisar caso a caso e levar em conta o mapeamento dos acidentes. Aí se modifica [aumenta] a velocidade nessas áreas. Acho sensato”, afirmou o prefeito eleito. Dessa forma, a pista local teria pontos com limites a 60 km/h e outros com limite nos 50 km/h vigentes atualmente. Até então, Doria afirmava que aumentaria os limites das duas Marginais, voltando à velocidades antigas, “na segunda semana de mandato”.

Dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga) mostram que o porcentual de queda nos acidentes de trânsito, entre janeiro e agosto deste ano comparado com o mesmo período de 2015, foi três vezes maior na capital do que no Estado como um todo – 16,7% na cidade e 5,5% no Estado. Para especialistas do setor, a velocidade reduzida é o principal motivo.

O prefeito eleito foi ao encontro dos ciclistas acompanhado da vereadora eleita Soninha Francine (PPS) e do deputado federal Floriano Pesaro (PSDB). Durante o encontro com os cicloativistas (parte deles foi ao protesto na quinta em frente à casa do tucano), o prefeito eleito posou para fotos, recebeu livros de ciclistas e até colou um adesivo de apoio na fachada de seu comitê. “Eu chamei o pessoal para esta pedalada. Pode colocar aí em letras garrafais: eu apoio os ciclistas. Defendo as ciclovias.” Segundo Cruz, do Vá de Bike, o objetivo do encontro foi estreitar o diálogo. “Até agora ele só ouviu um dos lados, o dos comerciantes. Viemos mostrar o outro, dialogar. Acho possível ele mudar de ideia. Não totalmente porque ele já mostrou que tem suas convicções. Nosso intuito é esclarecer e protestar, se preciso.”

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Doria também reafirmou que não investirá recursos públicos para ampliar a rede cicloviária. Disse que as empresas poderiam fazer isso – sem detalhar como. “Com a iniciativa privada, pode-se ampliar, sem nenhum problema. O investimento público já foi feito. A ideia é que agora a manutenção das ciclovias e sua expansão sejam feitas por empresas parceiras.”

A gestão Fernando Haddad (PT) sinalizou 317 km de ciclovias – antes havia 64,7 km. Entre janeiro e junho deste ano, dezesseis ciclistas morreram em acidentes. Quinze pessoas morreram no mesmo período de 2015. No primeiro semestre de 2014 foram 28 mortes, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego.

(Com Estadão Conteúdo)

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