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Deputado tucano critica ação da PM no Paraná – e, depois, apaga tuíte

Manifestação de professores na última quarta-feira terminou com mais de 200 feridos no Estado

Por Da Redação
4 Maio 2015, 10h30

O deputado federal Valdir Rossoni (PSDB-PR), ex-presidente da Assembleia Legislativa e presidente estadual do PSDB do Paraná, publicou, no domingo, uma nota na qual pediu ao governador do Estado, Beto Richa, a exoneração dos “responsáveis pelas atitudes desmedidas, pelos desmandos, pelos exageros” da Polícia Militar na manifestação de professores que terminou com mais de 200 feridos na última quarta-feira. Sem citar o nome do secretário estadual de Segurança Pública do Estado, Fernando Franceschini, Rossoni condenou a ação da PM e colocou a culpa no comando da corporação. A mensagem, contudo, foi apagada no dia seguinte.

Com seu estilo extravagante e para muitos truculento, que inclui aparições em programas vespertinos de TV com um revólver na cintura, Franceschini, é alvo de críticas dentro da própria PM. “Estou extremamente preocupado. Ele está introduzindo uma cultura de violência na corporação”, disse o coronel da reserva da PM, Elizeo Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Militares do Paraná (Amai).

Aos 45 anos, o deputado federal licenciado, ex-oficial do Exército e da Polícia Militar do Paraná e delegado da Polícia Federal Fernando Franceschini coleciona controvérsias desde a época em que era apenas aspirante a oficial. Em 1996, foi objeto de um processo interno por agredir um jovem motorista que fazia manobras arriscadas no bairro Batel, em Curitiba. Dois anos depois o caso foi arquivado por prescrição.

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No ano seguinte, já na condição de tenente e subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, foi novamente alvo de inquérito no episódio que resultou nas mortes de Cleverson Maciel, de 18 anos, Israel Schimidt, de 17 anos, e outros dois rapazes. Segundo relatório assinado por Franceschini, os quatro jovens praticavam assaltos perto da Rua 24 Horas, no centro de Curitiba, durante o Carnaval. Flagrados pela PM, fugiram em um Fiat Uno. A perseguição terminou em uma troca de tiros na qual os jovens foram mortos.

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Dois meses depois, no entanto, o Ministério Público instaurou um inquérito policial militar com base nos depoimentos das mães de Maciel e Schimidt. Segundo elas, testemunhas disseram ter visto os dois sendo presos e colocados em uma viatura da PM horas antes da perseguição. Portanto, não poderiam estar no Fiat Uno. Exames do Instituto Médico-Legal (IML) mostram que ambos foram mortos com tiros no antebraço, “em posição de defesa”, um indício de execução. Não foram realizados exames para constatar a presença de pólvora nas mãos dos rapazes. O inquérito também foi arquivado em 1998, quando Franceschini passou no concurso para a PF.

Graças a sua atuação na prisão do traficante colombiano Juan Carlo Abadia, quando ocupava a chefia da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em São Paulo, ganhou a notoriedade nacional que alavancou sua carreira política. Antes, porém, também teve uma passagem controversa pela Subsecretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, onde foi acusado de prender irregularmente um soldado PM que o seguia um dia depois da morte do juiz Alexandre Castro Filho.

Em 2010, depois de chefiar por dois anos a Secretaria Municipal Antidrogas durante a passagem de Richa pela prefeitura de Curitiba, Franceschini foi eleito deputado federal pelo PSDB-PR e se destacou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o bicheiro Carlos Cachoeira. Em 2012, Franceschini se converteu à religião evangélica e trocou o PSDB pelo PEN. Um ano depois foi para o SDD. Em 2014 foi reeleito e conseguiu eleger para a Assembleia seu filho, Felipe, que aparece em um vídeo chamando servidores públicos contrários ao ajuste fiscal do governo de “burros” e “petistas”.

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(Com Estadão Conteúdo)

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