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Declarações de mulher que acusa Strauss-Kahn retomam ‘tiroteio’ legal

Por Por Sebastian Smith
26 jul 2011, 17h26

A surpreendente aparição pública da funcionária de hotel que acusa Dominique Strauss-Kahn de tentativa de estupro avivou o caso antes de uma nova audiência judicial, inicialmente prevista para 1º de agosto, mas adiada nesta terça-feira para 23 de agosto.

Os advogados do ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn afirmaram nesta terça-feira à AFP que chegaram a um acordo para adiar a próxima audiência do caso no qual ele é acusado de agressão sexual, prevista para a segunda-feira, 1º de agosto.

A nova data para a audiência no Tribunal Penal de Nova York é 23 de agosto, disseram os advogados William Taylor e Benjamin Brafman em um comunicado.

Procurado pela AFP, o escritório do procurador de Nova York, Cyrus Vance, negou-se a confirmar no momento uma possível mudança de data.

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Strauss-Kahn foi libertado de sua prisão domiciliar e os promotores de Nova York sugeriram que seu caso se encontra a ponto de colapsar devido a dúvidas sobre a credibilidade da mulher que o acusa.

A repentina aparição de Nafissatou Diallo na emissora ABC em uma longa entrevista à Newsweek dá a essa imigrante guineana de 32 anos um impulso a seu favor nesta disputa legal.

As entrevistas romperam 10 semanas de silêncio da mulher que afirma que Strauss-Kahn a obrigou a realizar sexo oral em seu luxuoso quarto de hotel, mas não trouxeram grandes novidades no que diz respeito às acusações.

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No entanto, dão a Diallo um rosto, depois que veículos como o New York Post, um poderoso tablóide, a descreveram como uma prostituta.

O recurso aos veículos de imprensa no período anterior à audiência de Strauss-Kahn está em parte destinado a evitar que o gabinete do procurador Cyrus Vance abandone a acusação, disse a especialista legal Brenda Smith.

“O cálculo disso é realmente aumentar as possibilidades de que a acusação avance, de que haja indignação”, afirmou Smith, professora da Faculdade de Direito da American University.

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“Os promotores são muito sensíveis ao que as pessoas pensam”, completou.

No entanto, disse que a tentativa de Diallo de usar a carta da opinião pública é uma “estratégia altamente arriscada” que também a expõe ainda mais, depois de ter sido acusada de ter exagerado e mudado a história durante interrogatório.

Se Vance – que se equilibra após tropeços em sua tentativa de processar Strauss-Kahn – se encontra sob pressão dos advogados de Diallo, também recebe pressões do lado do acusado.

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Em uma mordaz declaração na segunda-feira, William Taylor e Benjamin Brafman – os advogados do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) – acusaram Diallo de tentar “fazer uma campanha na imprensa para obrigar o promotor a apresentar acusações contra uma pessoa inocente, da qual a Sra. Diallo quer dinheiro”.

Qualificaram em suas entrevistas de “desesperada distração do fato-chave de que a Sra. Diallo teve que admitir ter induzido ao erro estes mesmos procuradores desde o princípio”.

“A justiça aqui só ocorrerá quando forem retirarem as acusações criminais e esse circo chegar ao fim”, completaram seus advogados de defesa.

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Matthew Galluzzo, um ex-procurador da unidade de crimes sexuais do escritório do procurador do distrito de Manhattan, disse que Diallo não colaborava com seu caso, tentando “dar lições”.

“A necessidade de fazer esse tipo de coisa sugere que não há caso. Se houvesse um caso, não haveria a necessidade disso”, afirmou.

O que Kenneth Thompson, advogado de Diallo, pode realmente estar fazendo é preparar o terreno para uma ação civil contra Strauss-Kahn.

Uma querela civil para buscar compensação econômica de Strauss-Kahn poderá ter uma base mais firme se vier junto de um julgamento penal bem sucedido. Taylor e Brafman afirmam que Thompson sabe “que sua exigência de dinheiro sofreria um golpe fatal se retirarem, como deverão, as acusações criminais”.

Mas os especialistas afirmam que uma ação civil poderá avançar não importa o resultado da ação penal.

“Ele tem os bolsos fundos, por que não?” questionou Galluzo.

“Strauss-Kahn é uma pessoa vulnerável. As pessoas famosas, com recursos, são vulneráveis por definição”, completou.

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