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Corregedoria faz devassa na sede do Bope e prende dois

Denúncia de desvio de dinheiro e armas de uma operação em uma favela levou agentes a revistarem armários e casas de seis policiais

Por Leslie Leitão 9 jul 2015, 20h03

A Corregedoria da Polícia Militar cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira na sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em Laranjeiras, e nas casas de pelo menos três policiais, um deles um major, subcomandante da unidade. Armários foram revistados e dois policiais acabaram presos em flagrante. Um deles é soldado, enquanto o outro não teve patente nem nome divulgados. Ambos guardavam armas irregulares em suas casas. A ação foi desencadeada depois que uma denúncia indicou que homens da tropa de elite haviam roubado dinheiro e armas durante uma operação realizada pelo Bope, no fim de junho, no Morro da Covanca, na Zona Oeste da cidade. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e corre em segredo de Justiça.

Em dois apartamentos, os agentes da corregedoria encontraram quantias consideráveis em dinheiro. Na do major havia cerca de 40.000 reais, enquanto na de um soldado outros 20.800 reais. “O major comprovou a procedência lícita do dinheiro, então o dele não foi apreendido”, disse ao site de VEJA um envolvido na operação. A informação detalhada obtida pela corregedoria da PM indica que além de dois majores e de um capitão, um cabo e outros dois soldados teriam participado da divisão do chamado ‘espólio de guerra’. Nas buscas foram apreendidas, somente na casa do soldado Flávio da Silva Alves, em São Gonçalo, 13 granadas, dois frascos de spray de pimenta e uma pistola com a numeração raspada. Ainda foram encontrados em outros endereços 30 munições para fuzil calibre 762, anabolizantes e um colete balístico.

Em nota, a PM limitou-se a dizer que ação de hoje foi “a primeira parte de um IPM instaurado para apurar desvios de conduta” no Bope. Na edição desta semana e em uma série de reportagens no site, VEJA revelou histórias de desvios de conduta que mostram como a unidade de elite vem sofrendo para tentar manter seus homens longe das tentações da corrupção cotidiana. Uma das reportagens mostra a relação do sargento Arlen Silva, que era o responsável por articular o esquema de recebimento de propinas da facção Terceiro Comando Puro (TCP) para algumas equipes do Bope.

Leia mais: Falta de investigação atrapalha na hora de punir

Os grampos revelados por VEJA, e que constam em inquéritos policiais, mostram o policial – afastado da unidade no ano passado – mostram Arlen negociando a venda de dois fuzis para traficantes do Complexo da Maré, repassando informações de operações, e até comprando uniformes militares para criminosos usarem nas guerras do tráfico. As reportagens mostraram também casos de extorsões de traficantes, comerciantes, e até a negociação de 37 fuzis apreendidos dentro do Complexo do Alemão, durante a retomada do território, em 2010, e levados para bandidos de uma facção rival, dos morros do São Carlos e da Coroa, no Estácio.

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