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Corpos encontrados em SP são de desaparecidos, diz ouvidor

Familiares dos jovens foram ao IML, em São Paulo, mas o estado avançado de decomposição impediu o reconhecimento visual

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 nov 2016, 17h24 - Publicado em 7 nov 2016, 15h23

O ouvidor das polícias de São Paulo, Júlio Cesar Fernandes Neves, disse nesta segunda-feira estar certo de que os cinco corpos encontrados na zona rural de Mogi das Cruzes (SP) na tarde de ontem são dos jovens da Zona Leste de São Paulo que estavam desaparecidos há duas semanas. Os corpos foram encontrados enterrados no fundo de um barranco. Havia cal jogado em cima das covas. No barranco, policiais recolheram uma cápsula de espingarda calibre 12 e nove de pistolas calibre .40, de uso restrito.

Conforme Neves, que acompanhou a chegada dos corpos ao Instituto Médico Legal, na capital paulista, um dos corpos encontrados estava sem cabeça e usava fralda. Um dos jovens desaparecidos, Robson Fernando Donato de Paula, de 16 anos, era cadeirante e usava fraldas. Ele ficou paralítico após levar um tiro na coluna disparado por um policial militar, há dois anos.

“Nas tomografias, é possível ver que o corpo que estava sem cabeça e de fralda tem uma prótese na coluna, como o garoto que é cadeirante. Um outro corpo tinha uma prótese na tíbia. A mãe do Caíque, Roseli, confirmou que ele tinha uma prótese na tíbia”, relata Neves.

Ainda de acordo com o ouvidor, um dos corpos encontrados estava com os pulsos presos por uma algema de plástico, o que indicaria uma execução. Todos os corpos tinham marcas de tiros. A Polícia Civil investiga se houve participação de policiais no desaparecimento e nas mortes.

A conselheira do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) Cheila Olala, que acompanhou os familiares dos jovens no IML, afirma que o estado de decomposição avançado impede o reconhecimento visual dos corpos. “Os familiares foram fazer uma entrevista, onde procuraram levantar e informar o maior número de indicativos sobre arcada dentária, próteses”, diz a conselheira.

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De acordo com Cheila, as famílias estão se dirigindo a hospitais e dentistas em busca de laudos recentes de atendimentos aos jovens. O mais velho deles, Jones Januário, de 30 anos, conhecido com síndico, estaria passando por um tratamento para a esquizofrenia. Os familiares forneceram saliva ao IML para que exames confirmem a identificação dos corpos.

O desaparecimento

Robson Fernando Donato de Paula, de 16 anos, Caíque Henrique Machado Silva e Jonathan Moreira Ferreira, ambos de 18 anos, Cesar Augusto Gomes, de 19 anos, e Jones Januário, de 30 anos, moradores do Jardim Rodolfo Pirani, Zona Leste da capital paulista, saíram de suas casas no dia 21 de outubro para ir a Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, e não foram mais vistos desde então.

Robson, Caíque, Jonathan e Cesar haviam combinado com garotas que conheceram por meio do Facebook a ida à cidade, onde participariam de uma festa. Januário levaria os jovens de carro a Ribeirão Pires, já que nenhum deles dirige.

Segundo relatos de familiares dos jovens à Secretarial municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Jonathan enviou a uma amiga um áudio por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, em que afirma estar sendo abordado por policiais militares no Rodoanel, onde foi encontrado o carro onde ele e os amigos estavam.

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O rapaz diz no áudio “Ei, tio. Acabo de tomar um enquadro ali. Os polícia [sic] tá me esculachando. Não vai ter como encostar ai nas duas pistas não, mano. Cê [sic] é louco, o bagulho tá louco”.

A polícia também investiga outra mensagem de voz, em que o jovem informa a um amigo que o veículo sofreu uma pane e eles precisariam de ajuda para sair do local.

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