Comandante da Marinha vê ‘tempos difíceis’, mas pede disciplina
Ao lado do presidente Michel Temer, almirante diz que apesar das ‘condições adversas’, Forças Armadas vão cumprir ‘rigorosamente os deveres constitucionais’
Em mensagem durante as comemorações do Dia da Batalha Naval do Riachuelo, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira, disse que “por mais grave” que a crise se apresente, ela “não será mais forte do que nós”. A fala do almirante foi ao lado presidente Michel Temer (PMDB), que acompanhou as comemorações no Grupamento de Fuzileiros Navais, ao mesmo tempo em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reiniciava a sessão de julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer.
Na sua fala, o almirante reconheceu que “vivemos tempos difíceis e incertos”, mas pediu aos militares que mantenham “hierarquia e disciplina”. Ele avisou ainda que a Marinha junto com Exército e Aeronáutica “cumprirão rigorosamente os deveres constitucionais”.
O almirante, que usou sua ordem do dia para comparar o enfrentamento e a Vitória do almirante Barroso na batalha de Riachuelo com as “condições adversas” enfrentadas hoje no País, disse que é preciso “enfrentar as dificuldades do presente com coragem e determinação” diante das condições adversas, salientando que, como atrás, os problemas serão vencidos.
O almirante pediu ainda que sejam mantidos os recursos para a Marinha continuar a defender o Brasil “a despeito dos problemas internos”, já que existem também problemas externos ameaçando a paz.
Constituição
Em maio deste ano, Temer já havia convocado os comandantes das três Forças Armadas do país para discutir a crise política. Na ocasião, que foi após o presidente determinar o uso de militares para conter um protesto em Brasília, o general Villas Boas, comandante do Exército, afirmou que “não há atalhos” fora da Constituição.
(Com Estadão Conteúdo)