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Cavendish e Cachoeira, alvos da Operação Saqueador, são transferidos para Bangu 8

Empreiteiro e bicheiro ficarão em presídio por falta de tornozeleiras eletrônicas; grupo é acusado de usar empresas fantasmas para transferir cerca de 370 milhões de reais de recursos obtidos pela Delta para agentes públicos

Por Da Redação
2 jul 2016, 18h22

O empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, presos na Operação Saqueador, da Polícia Federal, deixaram neste sábado o Presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e seguiram em carro da Secretaria de Administração Penitenciária para Bangu 8, instituição destinada a presos com curso superior.

A Justiça havia determinado que Cavendish e Cachoeira, além de Adir Assad e Marcelo Abbud, acusados de serem donos de empresas fantasmas, e Claudio Abreu, ex-diretor da Delta, ficassem em prisão domiciliar, mas por falta de tornozeleiras eletrônicas eles foram transferidos para Bangu 8.

O Estado do Rio de Janeiro está em atraso com o pagamento da empresa fornecedora do equipamento de monitoramento. A previsão é que as tornozeleiras sejam entregues na quinta-feira.

O grupo é acusado de usar empresas fantasmas para transferir cerca de 370 milhões de reais de recursos obtidos pela Delta para o pagamento de propina a agentes públicos.

Fernando Cavendish foi preso na manhã deste sábado no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ele chegou ao Brasil num voo que partiu de Roma. Estava fora do país desde o dia 22 de junho.

Operação – Na última quinta-feira, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra Cachoeira, Cavendish, Adir Assad e outras vinte pessoas por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro público. Segundo a denúncia, entre 2007 e 2012, a Delta teve quase a totalidade de seu faturamento (cerca de 11 bilhões de reais) oriundo de contratos públicos, em especial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Desse montante, diz a procuradoria, 370 milhões de reais foram “lavados” em repasses a dezoito empresas de fachada, que, por meio de contratos fictícios, dificultavam o rastreamentos do dinheiro. De acordo com as investigações, essas empresas eram criadas e geridas por Cachoeira, Assad e Abbud.

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O MPF ainda afirma que as transferências da Delta a essas companhias fantasmas tinham “aumentos significativos” em anos de eleição e que a maior parte desses 370 milhões de reais foi usado para o pagamento de propina a agentes públicos.

As investigações da PF duraram cerca de três anos e começaram a partir de documentos colhidos na CPI do Cachoeira, instaurada em 2012 e que também mirava em supostas irregularidades da Delta. Criada pelo PT para atacar instituições que investigaram o mensalão, a comissão passou a aterrorizar políticos depois de VEJA revelar que a construtora usava uma extensa rede de empresas-fantasma para pagar propina a servidores públicos e financiar ilegalmente campanhas eleitorais. Na ocasião, o esquema acabou derrubando o senador Demóstenes Torres (GO), que tinha envolvimento com Cachoeira e foi cassado.

Segundo reportagem de VEJA, de dezembro de 2013, Assad, que já foi condenado na Lava Jato por lavagem de dinheiro, viu o seu faturamento crescer 574 vezes em quatro anos oferecendo um serviço valioso: corrupção e financiamento clandestino de candidatos. Entre os seus clientes, além da Delta, estão outras empreiteiras, bancos, consultorias e políticos.

Leia também:

Como funciona a rede de corrupção de Adir Assad

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Dados do Coaf revelam o laranjal da construtora Delta

A tesouraria fantasma montada pela Delta

O elo entre Bumlai e Adir Assad

(Com Estadão Conteúdo)

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