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Caso Yoki: Elize comprou serra elétrica antes do crime, diz babá

Ré por matar e esquartejar o marido, Elize Matsunaga chorou por três vezes no primeiro dia de julgamento

Por Da redação
28 nov 2016, 16h20

Antes mesmo da primeira testemunha entrar no plenário, Elize Matsunaga chorou em silêncio. Sentada no banco dos réus, por ter matado e esquartejado o ex-marido, o herdeiro da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, ela mantinha um lenço entre as mãos, usado para enxugar as lágrimas em pelo menos três oportunidades.

Elize chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, nesta segunda-feira, vestida com um terninho preto e sapatilhas. O cabelo, mal amarrado, caía sobre o ombro direito. Nervosa, bebeu água com açúcar enquanto o Conselho de Sentença lia as peças do processo. Mantinha os olhos fixos o tempo inteiro em um ponto distante. Só desviou o olhar quando precisou usar o lenço.

Às 12h32, teve início o depoimento de Amonir Hercília dos Santos, que trabalhou por dois meses como babá para os Matsunaga. Ela foi convocada pela assistência da acusação. Folguista, cuidava da filha do casal aos fins de semana, de quinze em quinze dias. Nessas ocasiões, ela substituía a mãe, Mauriceia José Gonçalves dos Santos, também convocada para depor.

Ela falou aos jurados por uma hora e quatro minutos. Em uma das últimas perguntas, os advogados de Elize perguntaram: “Ela era uma boa mãe?”. “Sim, cuidava bem da criança”, respondeu a babá. A resposta fez Elize voltar a chorar.

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Amonir esteve no tríplex do casal no dia seguinte ao crime, ocorrido em 12 de maio. À Justiça disse que chegou pela manhã, por volta das 5h30, trocou de roupa e subiu para o quarto de brinquedos, onde costumava ficar com a criança.

Amonir disse que foi recebida por Elize, que havia voltado de viagem ao Paraná. “Ela estava normal, de pijama”, afirmou. Da ré, recebeu a babá eletrônica para monitorar a criança e apanhá-la quando acordasse. “Não notei diferença nenhuma, era um dia de trabalho normal.” Segundo as investigações, Elize estaria esquartejado o marido quando ela chegou.

Questionada pelo promotor José Carlos Cosenzo, disse que nunca presenciou briga do casal. “Mas a senhora ouviu o Marcos gritando com a Dona Elize alguma vez?”, questionou a acusação. “Não, nunca”. Segundo relata, o casal era discreto e a tratava bem. “Eu os conhecia pouco. Só vi umas quatro, cinco vezes”, disse. Perguntada sobre horários e detalhes do que aconteceu naquele dia, Amonir disse não lembrar com clareza e fez declarações confusas, precisando ser confrontada duas vez com depoimentos que prestou antes à Polícia Civil e à Justiça.

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Em outro ponto que deve ser abordado durante o julgamento, Amonir confirmou que soube que Elize parou para comprar uma serra elétrica na viagem de volta.

A testemunha deve ser usada pela acusação para mostrar que a ré agiu friamente e que não era vítima de um marido violento. A promotoria também vai tentar mostrar que o crime foi premeditado. Já a defesa afirmou que o relato de Amonir é “menos importante”. “Ela não conseguiu lembrar de horas e datas, o que dirá se Elize usou pijama no dia?”, questionou o advogado Luciano Santoro. Segundo a defesa, a serra elétrica foi comprada a pedido do próprio Marcos. “Se fosse premeditado, ela teria usado no esquartejamento.”

Conselho de sentença

O júri de Elize Matsunaga é formado por quatro mulheres e três homens. Para a composição do Conselho de Sentença, o Ministério Público(MPE) vetou três mulheres e a defesa, três homens.

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(Com Estadão Conteúdo)

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