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Caso Erenice: Corrupção existe porque o PT abre as portas, diz oposição

Parlamentares comentam reportagem de VEJA que mostra como os ex-ministros da Casa Civil José Dirceu, Erenice Guerra e Antonio Palocci enriqueceram após deixar o governo

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 abr 2015, 07h55

Em meio a mais um escândalo de corrupção envolvendo políticos do PT, parlamentares de oposição reagiram à reportagem de VEJA desta semana que mostra os caminhos traçados por ex-ministros da Casa Civil para engordarem os próprios bolsos. Mesmo com uma breve passagem na pasta, Erenice Guerra, que teve a carreira política guindada pela presidente Dilma Rousseff, é uma das ex-titulares da Casa Civil que merece destaque. De uma vida inicialmente modesta, ela agora mora em região nobre de Brasília e usa da influência no governo para fechar contratos com seu escritório de advocacia. Erenice é alvo da Operação Zelotes, ação da Polícia Federal e do Ministério Público que investiga um prejuízo superior a 19 bilhões de reais em esquema que assaltou os cofres do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Casa Civil
Casa Civil (VEJA)

“Tudo isso vem da intimidade das pessoas que conviveram com Lula e Dilma. Ao ver que a corrupção era tão comum, aceita e defendida por eles, a geração do PT criou uma cultura de assaltar cofres públicos, se beneficiar pessoalmente e em campanhas. Tudo isso é visto por eles como um direito que eles têm sobre a máquina e o estado brasileiro. Nenhum petista tem condições de recriminar e nem de reagir a esses fatos. Quando o mau exemplo parte do governante maior, não tem como ser estancado esse processo de corrupção. É um quadro de hemorragia generalizada”, avalia o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). “É incontrolável. Um governo feito pela clandestinidade, que assalta e arma contra o próprio governo. Não podemos ficar engessados por mais três anos e meio. Ou vamos acabar com essa saúva chamada PT, ou vão acabar com o Brasil”, continua o líder do DEM.

O Carf funciona como uma espécie de tribunal em que pessoas físicas e empresas podem recorrer das multas aplicadas pela Receita Federal. Atualmente, tramitam no órgão centenas de processos, cujos valores alcançam quase meio trilhão de reais. Cifras que encheram os olhos – e os bolsos – de muita gente. A investigação identificou um grupo que, atuando em parceria, oferecia veredictos favoráveis no conselho em troca de polpudas propinas ou, nos casos mais sofisticados, uma taxa de sucesso sobre o valor que eventualmente conseguissem abater dos débitos fiscais das empresas.

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Conforme mostra a reportagem, Erenice Guerra incumbiu-se de defender os interesses da Huawei, gigante chinesa, no Carf. E o mais grave: para garantir o sucesso da empreitada, a ex-ministra se associou ao advogado José Ricardo da Silva, então membro do conselho e um dos mais destacados integrantes da quadrilha. Em valores atualizados, a Huawei discute no Carf um débito de 705,5 milhões de reais, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal. Nos documentos apreendidos, está estabelecido o prêmio a ser pago a Erenice em caso de êxito: 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres públicos. Admitida a hipótese de a cobrança ser anulada integralmente, caberiam a ela nada menos que 10 milhões de reais.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), lembra que Erenice Guerra foi demitida da Casa Civil justamente por tráfico de influência – seu filho, Israel Guerra, cobrava propina para facilitar a entrada de empresas em contratos com o governo. “É algo que virou padrão no governo do PT: todos que caíram, foi por relações suspeitas de tráfico de influência dentro da máquina pública. O pior é que depois que deixaram essas posições, eles continuaram patrocinando esses atos e montando esquemas fraudulentos dentro do governo. Usa-se a influência para abrir as portas e facilitar o trânsito de pessoas com interesses ilegítimos. Por trás dos grandes escândalos, sempre aparece um político abrindo o caminho e pavimentando os esquemas de corrupção”, disse o deputado pernambucano.

Líder do PPS, o deputado Rubens Bueno destacou que Erenice Guerra era uma pessoa que morava na periferia de Brasília e que, depois de ingressar no governo, mudou de status. “O PT se ramificou em organizações criminosas que querem se manter no poder indefinidamente. E, para isso, tem de ter uma máquina graúda funcionando”, afirmou.

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