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Campos aposta em ‘chapão’ com 21 partidos para consolidar votos em sua terra natal

Candidato ao Planalto tenta replicar na disputa estadual a estratégia vitoriosa na campanha pela prefeitura do Recife, quando elegeu o desconhecido Geraldo Júlio

Por Talita Fernandes, de Recife
28 jul 2014, 11h04

Em 2012, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), lançou um novato na disputa pela prefeitura de Recife: Geraldo Júlio saiu da secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado diretamente para as urnas, sem nunca ter disputado outro cargo eletivo. Apresentado como “técnico da gestão”, Júlio começou a disputa com apenas 4% das intenções de voto – e acabou eleito no primeiro turno. Campos emplacava, então, seu primeiro “poste”. Dois anos depois, tenta repetir o feito, agora na disputa pelo governo de Pernambuco. Candidato à Presidência da República, o ex-governador escolheu desta vez Paulo Câmara para brigar pelo comando do Palácio do Campo das Princesas. Estreante em disputas eleitorais, Câmara enfrenta em Pernambuco o mesmo problema que seu mentor encara no âmbito nacional: o desconhecimento do eleitorado – ambos têm meros 8% das intenções de voto, segundo as pesquisas. Para Campos, emplacar Câmara é vital para manter sua força política mesmo em caso de derrota na corrida pela Presidência. A pouco mais de dois meses do pleito, ele tem, portanto, dois desafios: tornar-se conhecido no restante do Brasil e evitar uma derrota em seu Estado – importante reduto eleitoral também para o ex-presidente Lula, seu conterrâneo.

Paulo Câmara ocupou três pastas nos dois mandatos de Campos em Pernambuco. Seu principal adversário na disputa deste ano é um antigo aliado do PSB, o senador Armando Monteiro (PTB), apoiado pelo PT. Monteiro foi o senador mais bem votado em Pernambuco em 2010, quando disputou o pleito justamente na chapa de Campos. Não à toa alguns eleitores pensam que o petebista é o candidato do ex-governador, como afirmou Tadeu Alencar, ex-secretário da Casa Civil do governo Campos e candidato à Câmara dos Deputados. Para o deputado federal Paulo Rubem, vice de Monteiro, porém, a explicação é outra: “Não é a população que confunde. Eles é que não conseguiram consolidar a candidatura que representa o governo do Eduardo”. Monteiro tem hoje, em média, 43% das intenções de voto em pesquisas recentes.

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Antes de se eleger ao Senado, Monteiro passou pela Câmara e tem forte ligação com os setores industrial e agrícola. De família tradicional do engenho, ele presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI) por oito anos. Para enfrentá-lo, Campos consolidou aliança de peso para Câmara: a Frente Popular engloba 21 siglas – e abrange desde o PSDB local ao PCdoB. Até mesmo o PMDB de Jarbas Vasconcelos, tradicional rival de Campos em Pernambuco, integra a coligação. “O fato de não ter nunca me candidatado é compensado pelo número de pessoas que estão me apoiando”, defende Câmara. De fato, as alianças renderão a ele 10 minutos e 30 segundos de palanque eletrônico no rádio e na TV, contra 5 de Monteiro. Ao menos nesse quesito, a situação do afilhado político é mais confortável do que a de Campos, que tem apenas 1 minuto e 49 segundos no rádio e TV. A presidente Dilma Rousseff (PT) terá 11 minutos e 48 segundos e Aécio Neves, do PSDB, 4 minutos e 31 segundos.

Em discurso durante a convenção do PSB em Pernambuco, em junho, Campos deixou claro o empenho em garantir a vitória de seu indicado. Disse que deixaria a vice Marina Silva cuidando da campanha nacional para viajar a Pernambuco e ajudar o candidato pessebista a se eleger. A equipe de Câmara entende que seu fraco desempenho nas pesquisas é fruto do elevado grau de desconhecimento do eleitorado e que o resultado será revertido tão logo comece a propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Enquanto isso, o PSB programou uma exposição intensa do rosto de Câmara ao lado de Campos: cartazes e cavaletes com a foto dos dois tomam as principais avenidas de Recife.

Nova política – Como Armando Monteiro vem de uma tradicional família de empresários e usineiros, Câmara repete a fala que seu padrinho político usa na disputa nacional e defende a “nova política” na corrida estadual. Já o adversário evita o tom ofensivo nas críticas ao governo do qual foi aliado. E direciona o discurso justamente em uma das bandeiras de Campos – o crescimento econômico de Pernambuco nos últimos anos. Segundo ele, é preciso mais desenvolvimento, com melhorias, principalmente, em educação e saúde. Fica fácil entender por que há quem o confunda com o “poste” de Campos da vez.

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