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Cabral é denunciado e pode virar réu pela décima vez na Lava Jato

Ex-governador do Rio de Janeiro é acusado de 36 crimes de lavagem de dinheiro pelo MPF. Irmão dele e ex-mulher também foram denunciados

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jun 2017, 14h43 - Publicado em 2 jun 2017, 11h53

Os procuradores da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro apresentaram nesta sexta-feira à Justiça Federal mais uma denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). O Ministério Público Federal acusa o peemedebista e outras cinco pessoas, incluindo o irmão e a ex-mulher de Cabral, de crimes de lavagem de dinheiro no pagamento de propina de 1,7 milhão de reais pela construtora FW Engenharia. O dinheiro sujo teria sido retirado de contratos com o governo do Rio durante a gestão do ex-governador, entre 2007 e 2014. Caso o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio, aceite a denúncia do MPF, Cabral se tornará réu pela décima vez em ações penais da operação.

Segundo os procuradores, a FW, do empresário Flávio Werneck, usou a empresa de fachada Survey Mar & Serviços Ltda. para fazer pagamentos fracionados às empresas Estalo Comunicação, de Maurício Cabral, irmão de Sérgio Cabral, Araras Empreendimentos, de Susana Neves, ex-mulher do peemedebista, e LRG Agropecuária, de Carlos Miranda, apontado como um dos operadores financeiros do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador.

Os pagamentos aos prepostos de Cabral, justificados pela emissão de notas frias, teriam sido operacionalizados pelo contador da construtora, Alberto Conde, que administrava a Survey, uma empresa supostamente dedicada a reparos e manutenção de computadores e registrada em nome da filha de Conde e de um ex-funcionário dele.

A empresa de Maurício Cabral, uma agência de publicidade, recebeu da Survey, de acordo com as investigações, um cheque de 240.000 reais em 2011.

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A Araras Empreendimentos, de Susana Neves, foi beneficiária de 31 depósitos bancários pela empresa, que totalizam 1,2 milhão de reais, entre outubro de 2011 e dezembro de 2013. As transferências à empresa da ex-mulher de Cabral, que é mãe do deputado federal Marco Antonio Cabral (PMDB-RJ) e prima do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), foram fracionadas em valores que variaram entre 6.000 reais e 56.310 reais. De acordo com os procuradores, a prática pretendia não chamar atenção de órgãos de controle, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Já a conta da LRG Agropecuária, empresa de consultoria de Carlos Miranda, recebeu 193.850 reais da Survey por meio de quatro cheques depositados entre dezembro de 2011 e abril de 2012. Usada por Miranda para lavar dinheiro do esquema de corrupção no governo Cabral, a LRG chegou a faturar 2,3 milhões de reais em 2007, quando o peemedebista chegou ao Palácio Guanabara, valor reduzido a 7.000 reais em 2015, quando Sérgio Cabral já não era mais governador.

Conforme as investigações, tanto a Survey quanto as empresas de Maurício Cabral, Susana e Bezerra são registradas em endereços residenciais, têm poucos funcionários ou nenhum e apresentam movimentações financeiras incompatíveis com as receitas declaradas à Receita Federal, características típicas de empresas de fachada.

“Todas essas provas deixam claro que as operações tiveram como único objetivo escamotear os recursos oriundos das infrações penais antecedentes, conferindo aparência de ativo lícito ao produto dos crimes praticados pela organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral”, afirma o MPF.

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Na denúncia, são atribuídos a Cabral, Flávio Werneck e Alberto Conde 36 crimes de lavagem de dinheiro. Susana Neves é acusada do mesmo crime 31 vezes, Carlos Bezerra, quatro vezes, e Maurício Cabral, uma vez.

Cabral transferido

Preso desde novembro em Bangu Sérgio Cabral foi transferido de unidade prisional no último domingo. Cabral e outros 145 detentos foram transportados para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. O local, onde ficava o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP), passou por reformas nos últimos três meses, que custaram 26.000 reais e foi feita pelos próprios presos.

A unidade é destinada apenas a detentos de nível superior, como é o caso do ex-governador, ou que não pagaram pensão alimentícia.  Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, uma parte da nova cadeia será reservada para triagem de novos presos.

O peemedebista está em uma cela de 16 metros quadrados, onde há um pequeno banheiro com pia, um chuveiro, um colchão e uma televisão de 14 polegadas.

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