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Aluna de Letras sofre sequestro-relâmpago na USP

"Um deles disse que eu tinha as pernas lindas�. Tive muito medo de ser estuprada", contou a vítima. Ela saia da aula à noite quando foi rendida

Por Da Redação
5 out 2012, 12h03

Uma estudante de Letras da Universidade de São Paulo (USP) foi mantida refém por quarenta minutos dentro da Cidade Universitária, na zona oeste da capital, durante um sequestro-relâmpago, na noite de terça-feira. A mulher de 52 anos conta que, nesse tempo, não cruzou com viaturas da PM nem da Guarda Universitária.

A aluna, que também é médica, foi pega por três homens ao entrar em seu EcoSport, às 22h20. Um deles impediu que ela fechasse a porta do carro e outro lhe tapou a boca. Bem vestidos, os assaltantes foram com ela até outro local do câmpus, a tiraram do carro e a colocaram em outro veículo. De lá, seguiram para um mercado da região para fazer compras com cartões bancários da vítima. Ela só foi libertada duas horas depois, perto de Osasco, na Grande São Paulo.

Ela conta que os ladrões pareciam estudantes, pois estavam parados na porta da faculdade. “Mas foi acionar o alarme do carro para me pegarem na hora. Um deles disse que eu tinha as pernas lindas e que eu estava �conservada�. Tive muito medo de ser estuprada, mas não encostaram em um fio de cabelo.”

“Eles tinham linguagem intelectual, um disse que leu Shakespeare e Verissimo”, observou a vítima, que tinha acabado de assistir a aula de poesia francesa. Ela disse que só vê seguranças no câmpus na hora da entrada das aulas, por volta das 19 horas. “Na saída a gente não vê mais ninguém”, disse.

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Insegurança – No dia seguinte ao crime, a reportagem esteve no câmpus entre 20h30 e 22h e não encontrou ronda de policiais miliares. Apenas um carro da Guarda foi visto em uma rotatória, mas logo deixou o local. Alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde aconteceu o assalto, também confirmaram que diminuiu a frequência de policiais na região e nos bolsões de estacionamento. “Aparecem de vez em quando e durante o dia”, afirmou uma estudante que preferiu se identificar apenas como Beatriz, de 23 anos.

Segundo a jovem, pegar ônibus no ponto do câmpus virou um problema. “Tenho medo, aqui é muito escuro, preferimos andar em grupo para não acontecer nada.” Um colega, de 25 anos, disse que a guarda chega a fazer patrulhamento a pé, mas seria insuficiente. O delegado Celso Garcia, titular do 93º DP (Jaguaré), disse que a USP não tem registrado muitos crimes. “Há casos isolados.” Recentemente, o policial apreendeu um adolescente assaltava os alunos.

Procurada por três vezes, a PM não comentou o caso. O capitão Rodrigo Cabral, da Assessoria de Imprensa, afirmou que quem poderia comentar era o coronel Luiz Castro, responsável pela Guarda Universitária. A USP disse que Guarda não tem poder de polícia e indicou a PM para comentar os crimes.

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A USP informou que entre as medidas de segurança a serem adotadas está a instalação de catracas, mas a nova medida não tem previsão para ser colocada em prática. A vítima de sequestro relâmpago registrou o caso no 27.º DP (Campo Belo), pois mora nas imediações. Na quinta-feira, ela esteve no 93º DP para prestar depoimento. Ela afirma que também reclamaria com a Reitoria.

Assassinato – Em maio de 2011, o estudante de Ciências Atuariais, Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi assassinado no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, na Cidade Universitária. O jovem foi morto com um tiro na cabeça depois de sair da aula. Quatro meses depois do crime, a reitoria da universidade assinou um convênio com a Polícia Militar para patrulhar o câmpus. A presença dos policiais causou protestos de um grupo de estudantes, mas foi mantida, sob a justificativa de garantir a segurança na USP.

(Com Agência Estado)

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