O advogado que representa Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, a filha e o genro do candidato tucano à Presidência, José Serra, pediu à Polícia Federal que investigue o uso político das informações obtidas por meio da quebra do sigilo fiscal de seus clientes. De acordo com o advogado Sérgio Rosenthal, blogs “diretamente ligados à campanha de Dilma Rousseff” tiveram acesso aos dados sigilosos de Verônica e Bourgeois.
O requerimento à PF foi feito na quinta-feira, de acordo com a edição desta sexta do jornal O Estado de S. Paulo. “Quero saber se foi o Rui Falcão quem roubou o dossiê ou se foi o jornalista quem vendeu para o PT”, afirmou o advogado ao jornal.
O deputado estadual Rui Falcão (PT), um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência, foi acusado pelo jornalista Amaury Ribeiro Junior, que encomendou a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, de copiar os dados obtidos ilegalmente. Em nota, Falcão nega “terminantemente” ter copiado dados ou arquivos do notebook do jornalista.
VEJA obteve a transcrição integral do termo de declaração de Ribeiro Junior à PF, que durou mais de 13 horas, e está anexado ao inquérito do caso. Em nenhum momento, em seu depoimento, ele diz ter agido para “proteger” Aécio Neves, tese sustentada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e outros dirigentes do partido. A credibilidade de Ribeiro Junior é relativa, já que ele está no olho do furacão do escândalo da quebra de sigilos, mas sua narrativa ajuda a jogar luz sobre alguns pontos da operação criminosa que culminou com a criação de um dossiê que seria usado para prejudicar Serra na campanha.
Para Rosenthal, é “uma balela” a versão da cúpula da campanha de Dilma que atribui a montagem do dossiê a um suposto “fogo amigo” dentro do PSDB. “Não tem nada a ver”, afirmou o advogado.