Clássicos de Milton Nascimento colhidos de discos como Sentinela, Clube da Esquina e Minas – aqueles que formam a fase mais exuberante da carreira do mineiro – retornam revigorados em Casa de Bituca, projeto do Hamilton de Holanda Quinteto que chega às lojas e à internet pela gravadora Biscoito Fino. No disco, um lançamento casado com DVD, o bandolinista dedilha músicas que fizeram parte do repertório de Gal Costa (Bola de Meia, Bola de Gude) e de Elis Regina, talvez a maior intérprete de Bituca, como é chamado por amigos e era pela cantora. Estão lá, entre as gravadas por Elis, Ponta de Areia, Conversando no Bar (Saudades dos Aviões da Panair), Canção da América e Travessia, agora em uma versão da sambista Alcione que emociona – mas sem ceder à cafonice. Casa de Bituca é uma homenagem, e das mais belas e merecidas. No seu dedilhado, Holanda, acompanhado do baixo acústico de André Vasconcelos, do violão de Daniel Santiago, da harmônica de Gabriel Grossi e da bateria de Márcio Bahia, faz saltar os pontos fortes de cada melodia, não para redefini-los ou retocá-los, mas como para lustrar o que já contêm de belo. Ganham força as faixas com vocalize do próprio Milton, a bônus Guerra e Paz, essa uma composição de Hamilton de Holanda em homenagem ao garoto sírio que morreu afogado ao atravessar o oceano e se tornou símbolo dos refugiados, e Bicho Homem, que você pode ouvir abaixo.

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