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A guitarra do Pink Floyd

David Gilmour inicia a turnê brasileira do álbum Rattle That Lock. E começou o passeio tendo de comentar até sobre a ocupação das escolas de São Paulo

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 23h53 - Publicado em 10 dez 2015, 15h55
CREDITO: DIVULGACAO

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O cantor e guitarrista inglês David Gilmour, de 69 anos, deu o passo inicial de sua turnê pela América Latina. Ele vai apresentar o disco Rattle That Lock – e, obviamente, uma penca de sucessos do Pink Floyd, banda que o tornou famoso – por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de shows no Chile e na Argentina. E nada mais reconfortante do que chegar por volta das 6h da manhã e se deparar com uma entrevista coletiva na primeira parada da excursão, o Allianz Park, em São Paulo.

Gilmour chegou acompanhado da mulher, a escritora Polly Samson (que escreveu as letras de The Division Bell, do Pink Floyd, e de Rattle That Lock), de Phil Manzanera, soberbo guitarrista do Roxy Music e produtor do álbum de Gilmour, e do saxofonista João Mello, brasileiro que toca na banda do ex-Pink Floyd. E respondeu de forma curta e irônica a todas as questões. Quer dizer, nem todas. Uma jornalista perguntou se os estudantes que estão acampados nas escolas de São Paulo poderiam se inspirar na letra da faixa-título de Rattle That Lock. Polly disse que a letra não tinha nada a ver com aquele tipo de protesto. Outro jornalista chileno pediu uma saudação de Gilmour ao país – a qual ele se esquivou – e quis saber de seu conhecimento da música do Chile. Claro, houve também um brasileiro que fez a mesma pergunta ao guitarrista em relação à MPB. Educadamente, ele confessou que não conhecia nada desses dois países além do que tocou nas rádios inglesas (ou seja, quase nada). Outro quis saber o que tinha achado da estrutura do palco. “O único local que conheci até agora foi a van que me levou do aeroporto até aqui”, brincou.

Obviamente, as perguntas musicais foram muito melhor recebidas. Por exemplo, quando questionado sobre o repertório do show. Ele é bem variado, traz canções cujos solos se tornaram sua marca registrada (por exemplo, Confortably Numb e Time) e até Astronomy Domine, canção do primeiro disco do Pink Floyd, que não tinha a participação de Gilmour (a guitarra ficou a cargo de Syd Barrett, fundador do grupo ao lado do baixista e vocalista Roger Waters, do baterista Nick Mason e do tecladista Rick Wright). Por outro lado, Gilmour deixou de fora canções de seus primeiros discos solos. “O repertório retrata as várias fases da minha carreira. Mas sinto muito se a ausência dessas canções o deixou decepcionado”, brincou. A relação tempestuosa de Gilmour com Waters rende ótimas respostas. No ano passado, o guitarrista subiu ao palco de uma apresentação do baixista para tocar o solo de Confortably Numb. Waters disse que aquilo nasceu de uma piada do próprio Gilmour, que imaginaria a surpresa do público ao vê-lo tocar num show dele (os dois têm uma relação tempestuosa). “Na verdade, pedi a Roger que ele participasse de um show para arrecadar fundos para as crianças palestinas”, despista Gilmour. “E se ele o fizesse, eu participaria de alguns shows de sua turnê.” A canção escolhida por Gilmour não poderia ser mais irônica: To Know Him is to Love Him (Conhecê-lo é Amá-lo), do produtor Phil Spector, gravada pelos Teddy Bears. “O Pink Floyd costumava tocar essa música na passagem de som de seus shows nos anos 1970.” O vídeo de Gilmour e Waters tocando a música, aliás, está disponível no YouTube.

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[youtube https://www.youtube.com/watch?v=JBxOmJ8lhNU?feature=oembed&w=500&h=281%5D

 

Formado em 1965 por quatro estudantes de arquitetura, o Pink Floyd sempre acreditou que o rock poderia ir muito além de Johnny B. Goode. E embora tenha tirado seu nome de dois intérpretes de blues (Pink Anderson e Floyd Council), eles tinham muito mais influências europeias do que do rhythm’n’blues americano. Gilmour entrou no grupo antes do início das gravações do segundo disco do quarteto porque o guitarrista Syd Barrett deu sinais claros de insanidade por causa do excesso de drogas. Ao lado dos teclados “viajandões”, os solos de Gilmour se tornaram uma das marcas registradas do Pink Floyd, principalmente na tríade Meddle (1971), The Dark Side of the Moon (1973) e Wish You Were Here (1975). Em 1984, Roger Waters abandonou o grupo e disse que o Pink Floyd havia terminado. Seus companheiros de banda, no entanto, acharam o contrário e lançaram o irregular The Momentary Lapse of Reason (1987). Waters processou seus ex-amigos de banda pelos direitos do nome Pink Floyd. Perdeu na justiça e volta e meia recria álbuns clássicos do grupo em turnê. Em 2005, o quarteto se reuniu pela última vez no Live 8, evento que chamou a atenção para o combate à pobreza. Embora emocionante, o encontro foi marcado por tensões. “Roger quis mexer no repertório e tive de lembrar que ele era apenas um convidado.” Com a morte do Rick Wright, em 2008, o retorno do grupo foi totalmente posto de lado. A apresentação de David Gilmour será uma oportunidade de vislumbrar um pouco da glória do Pink Floyd.

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