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Por Valmir Moratelli
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Modelo trans com 9 desfiles na SPFW: ‘Moda ainda tem preconceito’

Marcela Thomé, de 20 anos, começou a carreira de modelo há sete meses

Por Da redação
Atualizado em 6 set 2017, 15h03 - Publicado em 1 set 2017, 17h10

Marcela Thomé, revelação da última temporada do São Paulo Fashion Week, voltou para a 44ª edição do evento com grandes trabalhos. A modelo transexual de 20 anos participou de nove desfiles no total, para marcas como LAB Fantasma, Água de Coco e Lino Villaventura.

Marcela é novata na profissão – antes de começar a modelar, há sete meses, foi dançarina no teatro Tiffany’s Show na Tailândia. A jovem foi para o país com apenas 18 anos e fazia três apresentações diariamente, tendo apenas três folgas por mês. Depois de um ano, decidiu voltar para o Brasil e investir na nova carreira, onde assinou contrato com a agência WAY Model.

Mesmo sem ter passado por nenhuma situação desrespeitosa, afirma que no mundo da moda ainda há preconceito, mas vê um avanço dos direitos da população transexual: “Daqui a pouco, esse rótulo não existirá mais. Cada um vai conquistar o seu espaço independente disso”, diz.

Confira a entrevista:

Como começou a sua carreira de modelo? Comecei há sete meses. Sempre tive vontade de ser modelo, mas também medo. Recebi o incentivo de muitos amigos e comecei a fazer dieta e academia. Agora tudo está fluindo. Antes disso, eu dançava, era um universo completamente diferente. Sempre tive a vontade de estar no mundo da moda, mas precisei me sentir segura para começar.

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O que é essa segurança para você? Sinto insegurança por causa do corpo, principalmente. Mudei muito a alimentação antes de entrar na moda. A questão da consciência alimentar é muito importante, porque é mentira essa história de que “modelo tem prazo de validade”. Há profissionais que trabalham por muito tempo, porque conseguem se cuidar.

A modelo Marcela Thomé é maquiada para o desfile da Água de Coco (Felipe Cotrim/VEJA)

Quando sentiu que estava pronta? Depois de uns dois meses me preparando, me olhei no espelho e falei: “Agora estou pronta, é a minha hora”. Na minha primeira edição do Fashion Week, fechei o desfile do Amir Slama.

A sua insegurança teve relação com o fato de você ser uma mulher trans? Minha história me fez ficar mais forte, na verdade. Porque não é fácil. A gente não nasce pronta e tem que ir se transformando até se readequar com o que sente. Isso me ajudou a ter forças para encarar tudo o que tenho que enfrentar nessa carreira.

Como é o seu cotidiano como modelo? Eu não posso reclamar de trabalho, porque o Brasil está me acolhendo de uma forma muito boa. Sei que no mundo da moda ainda tem preconceito, mas, por enquanto, não passei por nada. Toda semana estou fazendo algum trabalho e já fiz ponte aérea, Rio de Janeiro-São Paulo, então já estou começando a me sentir importante (risos).

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A modelo Marcela Thomé durante desfile da Água de Coco (Felipe Cotrim/VEJA)

Você comentou sobre preconceito na moda. Nunca passou por nenhuma situação desconfortável? Ainda não. Eu sei que há muitas marcas que ainda têm um pouco de preconceito e não querem associar a marca a meninas trans, mas não enfrentei isso. Já fiz vários trabalhos legais e duas campanhas. Estou conseguindo o meu espaço sem levantar bandeira pelo fato de ser trans, mas acredito que sou uma representatividade positiva no meio. Estou conquistando isso pelo meu mérito, meu esforço, não pela minha condição.

Quando você se assumiu como mulher trans? Aos 16 anos, quando comecei a minha transição. Meus pais sempre me apoiaram. Meu pai pagou o meu silicone.

Você acha que a população trans tem ganhado mais espaço na moda? Com certeza, não só na moda, mas, de pouquinho em pouquinho, vamos conquistar mais espaços em todas as áreas. Independente da condição de ser trans, temos as mesmas qualidades que as outras pessoas. Daqui a pouco, esse rótulo não existirá mais. Cada um vai conquistar o seu espaço independente disso.

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