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Daniela Galli: entre a vilã moderna e a sertaneja de 1910

Atriz vive a malvada Malu em ‘Malhação’ e é a protagonista feminina de ‘O Matador’, o primeiro filme brasileiro da Netflix, que mistura faroeste e cangaço

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2017, 16h22

No ar como a vilã Malu em Malhação, Daniela Galli faz um papel bem diferente no longa O Matador, o primeiro filme brasileiro da Netflix, que chega para os usuários de 190 países do serviço de streaming em 10 de novembro. Na produção, que se passa entre 1910 e 1940, a atriz paulista interpreta Fernanda, uma mulher do sertão de Pernambuco que tem a família assassinada e suas terras roubadas por um minerador francês. Ela, então, parte em busca de vingança. “Foi uma oportunidade única de viver uma mulher do sertão em 1910. Passei por uma transformação física – escureci o cabelo, emagreci dois quilos, deixei a pele mais maltratada, parei de fazer as unhas e tirar as sobrancelhas, usei megahair, escureci os dentes – e convivi com pessoas de lá”, diz a VEJA.

Daniela afirma que se hospedou na casa de uma senhora da região de Cimbres, a 230 quilômetros do Recife, onde o longa foi gravado, e conseguiu trabalhar o sotaque. “Gosto muito do processo de preparação para viver um personagem, acho que o trabalho do ator é gratificante exatamente por você poder conhecer e habitar lugares diferentes. Queria que as pessoas de lá vissem o filme e percebessem que eu tinha um respeito, um carinho, na maneira como as representei”, conta.

Segundo a atriz, a trajetória de Fernanda vai cruzar com a de Cabeleira (Diogo Morgado), o protagonista do filme, que é um matador profissional e descobre que teve um filho com uma das mulheres com quem teve um caso. Apesar de violento, o longa tem sua beleza, diz a atriz. “O Matador é um faroeste que visita o cangaço, então não tinha como não ser violento. Ao mesmo tempo, apresenta a delicadeza, mostra a transformação desse personagem a partir da relação com uma criança.” Ela também destaca a fotografia de Fabrício Tadeu, vencedora de prêmio no Festival de Gramado, que retrata a aridez do sertão nordestino.

A malvada de ‘Malhação’

Na novela jovem da Globo, Daniela vive Malu, a vilã adulta da trama. Amante do marido da melhor amiga no começo da história, ela agora faz de tudo para infernizar a vida da enteada, Lica (Manoela Aliperti), enquanto mima a filha patricinha, Clara (Isabella Scherer). “É uma vilã unânime, nunca tinha feito uma personagem assim. Sou o oposto dela. Eu também fico com raiva e o comportamento dela só tende a piorar, já vou avisando”, diz.

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Ela conta que, nas ruas, a reação tem sido dividida. Enquanto os jovens fazem a distinção entre atriz e personagem, as pessoas mais velhas têm mais dificuldade nesse processo. “Estava em uma farmácia esperando para ser atendida no balcão e, quando o farmacêutico me chamou, vi que tinha uma senhora do meu lado. Dei a minha vez para ela, mas ela passou e disse: ‘Você não presta!’. Demorei uns segundos para entender que ela estava falando com a Malu.”

A atriz se junta ao coro que é só elogios à atual temporada de Malhação, escrita por Cao Hamburger e dirigida por Paulo Silvestrini. “Acompanho há muito tempo o trabalho do Cao, é um realizador que eu admiro. É uma Malhação urbana com cinco protagonistas completamente diferentes e que traz questões do universo adolescente. Paulo é muito talentoso e apaixonadíssimo pelo projeto. Duda Miranda vem com uma fotografia mais sofisticada, com uma câmera mais fluida, uma iluminação menos maquiada, vamos dizer assim.”

‘The Other Mozart’

Entre os próximos projetos de Daniela está a adaptação para o Brasil do monólogo Off-Broadway The Other Mozart, sobre a irmã de Wolfgang Amadeus Mozart, Nannerl, que a atriz protagonizou em Nova York no ano passado. “Entrei em contato com a autora, Sylvia Milo, para pedir os direitos autorais para produzir aqui no Brasil e ela pediu para fazer um teste. Como é um monólogo, ele depende muito da performance da atriz. Fiz três cenas em inglês, filmei e mandei para a Sylvia e o diretor, Isaac Byrne. Eles gostaram tanto que me chamaram para fazer a temporada lá. Foi uma surpresa muito bem-vinda.” A peça, na fase de adaptação do texto do inglês para o português, está prevista para estrear em 2018, em São Paulo.

Baseado em cartas trocadas pela família de Mozart, o espetáculo mostra Nannerl tão talentosa quanto o irmão e como, por ser mulher em uma sociedade machista, acabou sendo esquecida pelo grande público. “O pai dos dois era muito progressista, então ensinava para os filhos história, matemática, literatura e música. Ele viajava com os filhos e eles se apresentavam nas cortes europeias. Ela falava várias línguas, conhecia a Europa, tinha estudo musical, então já estava totalmente fora da realidade da maioria das mulheres da época. Quando chegou a uma idade matrimoniável, foi obrigada a parar de se apresentar, porque isso não seria bem visto pela sociedade”, conta Daniela. “É uma história triste nesse sentido, sobre um talento realmente fora do comum ter acabado escondido e perdido.”

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