Além da presença da Seleção pentacampeão mundial, o Brasil tem uma participação extra no Stade de l Amitié, em Libreville, capital do Gabão. O trabalho de climatização eimplantação de geradores foi feito pelo gaúcho Paolo Morandi, que mora na África faz três anos de forma ininterrupta.
‘Cheguei aqui com a indicação de um amigo, um outro brasileiro. O começo foi difícil. Cheguei ao Gabão sem falar uma palavra de francês. Precisei aprender tudo na raça’, conta o brasileiro, torcedor do Grêmio, que consegue acompanhar algumas partidas de sua equipe por canais pagos. ‘E
No estádio em Libreville, há uma exigência: as cores do país – amarelo, azul e verde – devem aparecer obrigatoriamente. O grande problema, pelo menos no amistoso diante do Brasil, é que a arena ainda está em processo de construção. A lama toma conta da região externa, enquanto a parte interna ainda apresenta restos das obras, como paus com pregos jogados ao lado de cadeiras. Representantes do governo alegam, porém, que tudo estará resolvido nas próximas semanas e principalmente para a Copa das Nações Africanas, no início de 2012.
Ao brasileiro Paolo Morandi, além das obrigações com o novo orgulho dos gaboneses, há também oportunidades em outras áreas. Ele é uma espécie de curinga no Gabão. ‘Eu trabalho em várias cidades e em outros estabelecimentos, como hotéis. Faço tudo que aparece’, explica.
Na África, Paolo Morandi lamenta o fato de não poder matar a saudade dos jogos de futebol com os amigos do Rio Grande do Sul. Em contrapartida, ele elogia a recepção dos africanos, sobretudo aos brasileiros.
‘Quando o pessoal olhaoseu documento e percebe que você é brasileiro, já é aquela festa. A solução mesmo é assar uma carne, comer um bom churrasco. O pessoal aqui é muito gente boa’, exalta.
No jogo desta quinta-feira diante do Brasil, o Gabão preparou alguns eventos antes de a bola rolar, sobretudo com apresentações artísticas e de dança. Houve até um clone de Michael Jackson se apresentando na pista de atletismo do Stade de l Amitié.
Do lado externo da arena, os torcedores, sempre que chegavam perto de estrangeiros, começavam uma verdadeira farra: com muito barulho e dança. Trata-se da real marca do povo africano, em vários países.
* Repórter viaja a convite do Governo do Gabão